29/11/2005

A coragem de exercer a condição de ser professor

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Parabéns pelo exemplo e pela força que demonstram! Parabéns pela capacidade de luta! Parabéns por terem tomates para lutarem pela dignificação da profissão! Parabéns por serem capazes de se unir e ter força e coragem para tomar uma atitude que, apesar de lhes poder sair "cara", não hesitaram em levar para a frente.
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Fossemos, todos, capazes de seguir este exemplo, e talvez conseguissemos dignificar a educação e a função de professor.
É necessário fazer compreender ao ME e aos EE que a nossa profissão não inclui a vertente de entertainer permanente, que não somos pau para toda a obra, a preço de saldo. Isto não é amesquinhar outras profissões que muito respeito, mas dizer que assim como não quero que os outros exerçam a minha profissão, não tenho nada que exercer as dos outros.
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PS: Para manifestar apoio e solidariedade:
  • EB1/JI M.ª Luciana Seruca Rua Conde de Rio Maior 2770-037 Paço de Arcos;
  • Fax: 214425018 ;
  • E-mail: cristinammd@yahoo.com
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28/11/2005

Ainda em relação aos pais...

Encontrei este pequeno texto de Miguel A. Zabalza (in Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola, 1987), que diz o seguinte:

"Os pais são outro elemento da situação que incide de maneira notável na aprendizagem e, em geral, em toda a dinâmica do processo escolar. Fox apresenta um modelo de aprendizagem em que se postula com absoluta claridade a incidência fundamental (constitui uma das 'variáveis críticas') do clima 'sócio-familiar' no processo de aprendizagem. A tese de Fox é a de que a aprendizagem se dá sempre que há um fundamento apropriado (isto é, que se cumprem as condições prévias de participação e interesse da criança no processo e de um clima sócio-familiar que aprecie adequadamente o processo e os conteúdos da aprendizagem) e que a escola o permita, facilite ou acelere (o que faz referência à competência docente do professor). Só a conjugação das três variáveis críticas (aluno-família-professor) torna possível a aprendizagem."

Qual é a novidade?

Há muito tempo que "cheirava" a isto. Só se espanta quem anda a dormir.

Ao mesmo tempo, Professores, alunos e funcionários continuam a apanhar pancada, mas a Ministra não pensa que isso seja preocupante.

Nada de novo sob o Sol.

Por detrás da cortina

Em 1988 já era assim...

Uma boa notícia

Independentemente das escolhas religiosas de cada um, a Escola Pública deve ser laica - digo eu, que mais ninguém tem a obrigação de pensar o mesmo. Aplaudo de pé!

27/11/2005

porque até está legislado!!!

Quase todos os pontos, a prever nos planos, a fazer de acordo com o 50/2005, vão desaguar no Artigo 6.º da Lei nº 30/2002, de 30 de Dezembro (http://serprof.blogspot.com/)… mas destes não fala o “nosso amigo albino”!!!

Para ele só a escola é responsável pela educação, no seu sentido mais abrangente. Ignora ou esquece o estabelecido nesse ponto … não o divulga e não o fomenta no órgão pelo qual se responsabilizou. Pelo contrário, ao assumir e divulgar tudo o que se lê e ouve, veícula entre os seus pares uma desresponsabilização total, pela vida dos seus educandos, para além do portão da escola, e impele-os a a criticar e responsabilizar os professores pela componente que lhes é devida, não apenas por “inerência da sua função” de E.E., mas porque até está legislado.

A maioria dos alunos não aprende porque não estuda, não faz um TPC, não traz material, não está com atenção, não vai às aulas, chega atrasado, desenvolve comportamentos desviantes. São poucos os que apresentam dificuldades reais que necessitem de apoio.

Será pois, altura de devolvermos aos E.E. a responsabilidade que lhes cabe pelo processo de aprendizagem dos seus filhos.
Dos planos podem constar itens que responsabilizem os E.E:
  • pelo contrôle da assiduidade e pontualidade do aluno;
  • pelo processo de alteração de comportamentos;
  • pelo contrôle do estudo do seu educando - TPCs, caderno escolar, realização e resultado de testes (obrigando a que qualquer destes itens venha assinado por eles);
  • pela verificação do transporte de todo o material necessário às aulas;
  • pelo incutir do sentido de responsabilidade nos seus educandos;
  • pelo cumprimento do RI;
  • pelo conversar com o seu educando sobre o trabalho e atitudes a desenvolver, incentivando-os, demonstrando interesse e expectativas positivas sobre a vida académica deles;
  • pelo contacto periódico com o DT

Voltarei

Primeira e única coisa a dizer: A enorme honra por ter sido convidado para este blog! Obrigado!

26/11/2005

Formação Contínua de Professores

No âmbito dos despachos emitidos pelo Ministério da Educação vem-se, por este meio, divulgar as seguintes Acções de Formação Contínua, todas com a duração de 25 horas, equivalentes à atribuição de 1(um) crédito:
- Inglês para docentes de Educação Física
- História para docentes de Francês
- Português para docentes de Educação Visual
- Ciências Físico-Químicas para docentes de Inglês
- Animação Social para docentes de todos os grupos
- A Pedagogia e as Palavras Cruzadas
- Como estabelecer uma relação ensino/aprendizagem em 30 minutos

Para ler

http://ocartel.blogspot.com/2005/11/mensagem-enviada-para-rfm.html

Números

Através do SPZN recebi este e-mail:


No dia 18 de Novembro, data de um dos maiores protestos dos professores portugueses, o país foi surpreendido pela divulgação de um número brutal de horas que, alegadamente, os professores teriam faltado no ano lectivo 2004/2005, qualquer coisa como entre 7,5 e 9 milhões de horas de aulas que, supostamente, teriam sido perdidas pelos alunos.
Os números eram divulgados pelo Ministério da Educação e correspondiam à divulgação parcial, porque ainda incompleta, de um levantamento feito pelo GIASE (Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo) designado “recenseamento Escolar Anual de 2004/2005” situando-se no âmbito dos Recursos Humanos.
A intenção dos responsáveis do Ministério da Educação ao divulgarem, nesse dia de Greve e Manifestação, estes números era evidente: esmagar, com a brutalidade do conceito e da palavra “milhões”, os professores e educadores portugueses desencadeando um novo ataque que visa degradar a sua imagem social. Num dia em que os docentes lutavam pelos seus direitos, o Ministério da Educação tornou públicos números que faziam passar a ideia, na sociedade portuguesa, de que os professores apresentavam uma elevada taxa de absentismo prejudicando, com ela, os seus alunos. Procurava, também, o ME, afunilar os objectivos da luta dos professores reduzindo-os ao problema das substituições — o que está longe de ser verdade — e justificar a sua existência: “só existem porque os professores faltam muito”.
Houve agora acesso aos números deste levantamento que, tal como está disponível no site do GIASE, surge em dias de falta e discriminado por sector de ensino (Educação Pré-Escolar; 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico; Ensino Secundário) e por tipo de falta.

A taxa de resposta dos estabelecimentos do ensino público é elevada:
Educação Pré-Escolar — 93%
1.º Ciclo do Ensino Básico — 94%
2.º Ciclo do Ensino Básico — 80%
3.º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário — 78%

O número de docentes considerado no levantamento é de 103.159 o próprio facto de ser um número ainda parcial levava o Ministério da Educação particularmente o secretário de Estado Valter Lemos, a acentuar que estas são as que já foram apuradas, sendo ainda em maior número. Os 103.159 docentes distribuem-se assim:

Educação Pré-Escolar — 7.122
1.º Ciclo do Ensino Básico — 24.6252.º Ciclo do Ensino Básico — 22.146
3.º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário — 49.266

O número total de faltas, calculado em dias, é de 1.732.653. Assim, conclui-se que a taxa de assiduidade dos professores e educadores portugueses, em 2004/2005, foi de 90.7%.


Contudo a taxa de aulas garantidas pelos professores portugueses foi superior, na medida em que a maioria dos dias de falta foram justificados nos termos do Artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 100/99 (Faltas por Doença) — 629.397, ou seja 36.3 do total — o que significa que os professores que faltaram por períodos de 1 mês ou mais foram substituídos por outros contratados para o efeito que garantiram aulas, fazendo baixar a taxa de aula não dadas comparativamente à de absentismo.

Mas os milhões de faltas, para usar a expressão do ME com a qual procurou degradar a imagem dos professores perante a sociedade portuguesa, correspondem exactamente a quê? Vejamos a partir dos próprios números do levantamento:

• Em média, cada professor faltou 0,4 dias (menos de meio dia) por ano ao abrigo do Estatuto do Trabalhador Estudante;
• Por conta do período de férias cada professor faltou, em média, 3 dias por ano, o que significa que não deu 75% das faltas que poderia ter dado;
• Por doença, cada professor ou educador faltou 6 dias por ano por motivo de doença. Ora, correspondendo muitas dessas faltas a doenças prolongadas, foram inúmeros os que não deram qualquer falta por doença, terão sido a grande maioria;
• Para assistência à família (filhos com mais de 10 anos ou familiares idosos) cada professor faltou, em média, 1 dia por ano;
• Já para assistência a filhos menores de 10 anos cada docente, em média, utilizou 0,8 de dia;
• E para tudo o resto (acções de formação, reuniões sindicais, greve, falecimento de familiares, casamento, cumprimento de obrigações legais, faltas não imputáveis ao trabalhador, participação em campanhas eleitorais como candidato) cada professor, em média, utilizou 5 dias por ano.

Revela-se o facto de todas estas faltas serem devidamente justificadas e prova-se que os milhões de faltas com que o ME pretendeu esmagar os professores não são assim tão esmagadores e, bem pelo contrário, revelam que a taxa de absentismo dos professores não é superior à dos demais trabalhadores portugueses, nem será diferente da dos seus congéneres europeus. É esta a realidade que o ME, por razões que todos compreendemos, procura escamotear. Fazendo-o e colocando em causa a atitude profissional dos docentes, o ME não diz a verdade, está a ser injusto e presta um mau serviço ao país que tanto necessita de professores respeitados e dignificados.

25/11/2005

Permanência dos docentes na escola

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Gostei!!!

... em http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=4196

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Agradecimento

Quero agradecer aqui o convite para membro deste blog, que muito me gusta visitar.
Em breve darei notícias.
Um abraço aos meus novos colegas blogistas. ;)

O método da mentira

Eu lia o escritor equatoriano com muita atenção, até ele mentir sobre mim sem sequer me conhecer. E acreditava no que ele dizia sobre outras actividades profissionais. Médicos, Políticos, Engenheiros, Promotores imobiliários, Juízes, etc. Acreditei até a mentira cair sobre mim.
Agora não acredito.
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (Nunes da Cruz) disse com toda a clareza que o «governo mente intencionalmente aos Portugueses» sobre a actividade judicial. Há uns anos atrás eu, provavelmente acharia que se tratava de um desabafo sem fundamento, apenas revelador de interesses corporativos. Hoje não. Hoje sei que o Exmo. Sr. Juiz tem toda a razão. O método deste governo (e dos outros anteriores) é a mentira. Faz criar junto dos portugueses uma imagem falsa das classes que pretende atacar para poder actuar a seu bel-prazer sem provocar ainda mais insatisfação.
É o mesmo método utilizado com requintes de malvadez (disfarçada de santidade na expressão sempre angelical, diria quase sofredora) pelo ministério da educação. Daí que não me espante existirem muitos humbertos e anónimos por esse país fora, enganados pelo governo. Não sejam imbecis: o Governo controla a informação toda. Ainda por cima em questões em que o Bloco central está de acordo. O Debate na passada 2ª feira foi exemplo disso: A Ministra dizia «mata» e o Justino gritava «esfola». Os sindicatos assistiam.
O governo mente e as pessoas acreditam por defeitos próprios inimputáveis ao governo. O defeito de serem comodistas e não procurarem informação, e, pior do que isso, o defeito de falarem sobre um assunto baseados em dois ou três argumentos de senso comum.
É por estes dois defeitos serem muito bem distribuídos pela população portuguesa que temos sucessivos governos que ganham eleições prometendo não subir impostos e depois sobem. A mentira compensa. E nós, professores, estamos desarmados. Ensinamos a verdade nas escolas para a sociedade mostrar aos nossos alunos que a mentira é o método.
Lembram-se da canção do Sérgio Godinho sobre um tal de Casimiro? Apliquem ao vosso caso e tenham cuidado com as imitações...

O que a ministra da Educação não percebe

pode ser percebido aqui: http://serprof.blogspot.com/

23/11/2005

O Estado não tem dinheiro

E há que poupar . Compreende-se.

Lêmos, Lemos

Lêmos um pouco de tudo. Ou de nada.

22/11/2005

A profissão

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Continua actual ... oh, se continua!!!
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O artigo de José Manuel Constantino, de onde retirei este excerto, foi publicado na Horizonte - Revista de Educação Física e Desporto, em 1995 (!!!!!) ... acrescentem a todas as tarefas que ele refere, e em que nos perdemos e desgastamos, todas as que, para além desta data, foram ainda inventadas ... e depois, contabilizem apenas as horas de aulas, como sendo apenas as nossas horas de trabalho
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(...) "É inquestionável que os profes­sores sofrem as consequências da crise global que afecta todo o sistema de ensino e que tem como causa próxima as políticas educativas seguidas nos últimos anos, em Portugal e em todo o mundo ocidental.
Como escreveu António Teodoro - em local e momento que não sei precisar - «os professores acrescen­taram à sua função tradicional de transmissores de conhecimentos a de animadores culturais, de assistentes sociais, de responsáveis administrativos e políticos. Esta concepção multifuncional dos professores traduziu-­se num factor de perturbação, trans­formando os professores em verdadei­ras criadas para todo o serviço».
Esta concepção aliada a valores que invadiram a escola e que transformam o trabalho docente. em nome do sucesso educativo, numa «taylorização camuflada» criaram uma evidente crise de identidade, de gosto e de prazer pelo exercício da profissão. O que existe é insegurança, desconforto e mal-estar.
O professor viu desvalorizados os conteúdos culturais e formativos das respectivas disciplinas, a primeira razão de ser da sua profissão, em nome de um pedagogismo fala­cioso, e caiu no logro de passar «a viver» a escola. Que se traduziu em passar lá mais tempo a fazer um pouco de tudo e a ensinar cada vez pior.
Como se isto não fosse já sufici­ente, viu as suas condições de tra­balho piorarem, o seu sistema remuneratório ser progressivamente desvalorizado, as escolas serem transformadas em locais de violên­cia, e alunos, pais e administração a exigirem-lhe cada vez mais, quando não a responsabilizá-lo por as coisas não correrem bem.
"O professor mal pago, isolado, denegrido e humilhado, quer pelos alunos, quer pela hierarquia interiorizou esta sua condição e despreza o seu próprio trabalho"(12). E contrariado, é obrigado a par­ticipar em infindáveis reuniões para tudo e para nada. A fazer actas. A fazer planificações (a longo, médio e curto prazo) que quase sempre se transformam em meras idealizações que a prática concreta não confir­ma. A definir objectivos, os quais têm que ser gerais e específicos e obedecer a uma nomenclatura especializadíssima. A fazer avalia­ções as quais deverão ser formativas, sumativas e globais. A fazer matrículas. A organizar as tur­mas. A contabilizar as faltas dos alunos. A preencher pautas, fichas, parâmetros e outras papeladas. A elaborar horários. A decorar a es­cola. A pintar campos de jogos. A fixar cabides em balneários. A re­cuperar material. A organizar o in­ventário. A receber os pais. A dar mais atenção aos filhos dos outros que os próprios pais lhes dão. E fi­nalmente, também, a dar aulas. E aqui, a dispor de estratégias de remediação para tudo, em nome, de uma eventual «ciência» educa­tiva. Ou seja, a dar valor e importância a aspectos secundários e em alguns casos dispensáveis da acção docente e a se não dedicar ao essencial: a matéria de ensino e o acto pedagógico.
A extensão e a consequência desta situação está à vista de todos: transformados em «pau para toda a obra» têm do exercício da pro­fissão uma imagem que não está apenas desvalorizada aos «olhos dos outros»: ela está também instalada no seio dos professores. Basta para tanto que os oiçamos. E se possível, contabilizemos, quantos não muda­riam rapidamente de profissão se acaso a oportunidade surgisse(13). E quantos outros, não encontram em outras actividades profissionais ex­teriores à Escola, a compensação profissional que aquela lhe não oferece.
(…)
António Nóvoa, uma das pesso­as mais lúcidas no âmbito da for­mação de professores recorre a uma citação curiosa: «os conteúdos são o paradigma perdido da for­mação». É de facto aqui que reside parte dos problemas que é nossa responsabilidade procurar alterar. (...)
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12 - Dherbecourt, Un métier qui n`existe plus. Le monde de l`education nº5, 1975
13 - José Manuel Esteves, o Mal-estar docente, ed. Esher, 1992
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Novamente o absentismo

Não sou eu que digo:

a candidatura de Francisco Louçã distribuiu uma cópia de um artigo publicado na edição de 30 de Dezembro de 1993 da “Gazeta do Interior”, em que é feita uma referência à alegada perda de mandato de Valter Lemos como vereador da Câmara de Penamacor. "A Câmara de Penamacor reuniu, este ano, pela última vez, na Freguesia do Vale da Senhora da Póvoa. No encontro, que contou com a presença de todos os elementos do executivo, entre os quais João Manuel Gonçalves, que substitui Valter Lemos, que perdeu o mandato por excesso de faltas

in "Público"

Como disse?

"O país não conseguirá atingir as metas de desenvolvimento científico sustentado se não tiver professores motivados e preparados para formar os jovens". A convicção foi manifestada pelo professor catedrático Luís Peralta, à margem de uma palestra que, ontem, decorreu no Visionarium - Centro de Ciência do Europarque, no âmbito das comemorações da Semana da Ciência promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

Em declarações ao JN, o professor e cientista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa considerou que "uma parte do problema do desenvolvimento científico reside em quem dá formação". Luís Peralta explica que "é importante motivar os jovens, mas também as pessoas que lidam com eles".

Acrescentou, ainda, que, "há muito que fazer nesse campo, porque a formação é esquecida". Defende, por isso, um maior número de acções de formação destinadas aos docentes. "Um bom professor influencia de forma decisiva no futuro de um jovem", concluiu.


in JN

21/11/2005

O problema do absentismo

também está em discussão aqui.

19/11/2005

O absentismo

O pasquim publicava ontem (há coincidências felizes...) uma notícia de um alegado estudo sobre o absentismo dos professores, afirmando que em 2004/5 teriam ficado por cumprir 9 000 000 de aulas, mais milhão menos milhão.

Tal notícia merece-me alguns reparos:
  1. Não é dito que durante o mês de Setembro e parte dos meses de Outubro e Novembro milhares de professores não estavam colocados, por incompetência da anterior equipa governativa;
  2. Não é dito que os Professores são obrigados a fazer formação contínua, o que os leva a faltar justificadamente;
  3. Não é dito que se um Professor fizer uma visita de estudo tem falta a todas as turmas ao longo do dia, ainda que estejaa trabalhar 10 ou 12 horas (ou mais, quando pernoita) ainda que ganhe exactamente o mesmo que ganharia se ficasse em casa; trata-se, portanto, de trabalho não remunerado;
  4. Não é dito que se um Professor chegar atrasado ao primeiro tempo de nada lhe vale ir ao segundo, pois é-lhe maracada falta na mesma, numa das mais aberrantes e irracionais medidas de que há memória;
  5. Não é dito que os Professores não têm direito a acompanhar filhos doentes se estes tiverem mais de dez anos;
  6. Não é dito que uma enorme fatia dessas faltas são compensadas à custa dos dias de férias a que todos os trabalhadores têm direito;
  7. Não é dito que se os Professores estiverem em serviço de exames podem ser dispensados da componente lectiva, pelo que, mais uma vez, têm falta embora estejam a trabalhar;
  8. Não é dito que se forem marcadas reuniões para o mesmo período em que decorrem as aulas, a reunião se sobrepõe às ditas aulas, pelo que mais uma vez o Professsor está a trabalhar embora tenha... falta;
  9. E não é dito que esses nove milhões estimados, dos quais 7,5 são confirmados, correspondem, afinal, a 5% do total de horas previstas
O que mais lhes terá faltado dizer?

Motivos para fazer greve

Veja-os aqui.

18/11/2005

Faço greve porque...

... sou insultado de cada vez que defendo a minha actividade profissional;
... porque me acusam de trabalhar pouco quando apenas tenho tempo para brincar com a minha filha ao fim de semana;
... porque as nossas escolas estão velhas, sujas, mal equipadas, frias, quentes, húmidas, etc.;
... porque a ministra faz o papel da injustiçada: a) oferece portáteis e oficinas que sabe que não pode dar porque não tem dinheiro disponível ou porque o ministro fantoche das finanças não lhe dará nenhum, b) pretende criar a ideia que os professores fazem greve de forma injusta, pois está a dar-lhes boas condições. COMO FOI POSSÍVEL A COLEGAS INTELIGENTES ACEITAR UMA MANOBRA DESTAS. Uma razão imagino: conluio.
... porque a ministra, e o seu secretário não têm postura ética suficiente para limpar as retretes do ministério: é impensável envenenar a opinião pública com um estudo, que afinal não passa de uma sondagem, acerca das faltas dos professores. Como se os professores fossem criminosos e faltassem contra a lei: os professores usam os «privilégios» que tem como qualquer outro trabalhador;
... os chamados depreciativamente «privilégios» não são mais do que condições essenciais ao bom desempenho da nossa função. Eles não são benefícios abusivos: são elementos fulcrais para o ensino funcionar bem;
... com as medidas fascistas deste ministério que pretendem transformar a nossa actividade docente em actividade discente;
... este ministério exige ocupação dos alunos mas rejeita propostas de clubes, oficinas, etc para conter despesas;
... este ministério exige turmas de 30 alunos para poupar nos salários dos professores. Sofrem os professores que tem menos horários. E os alunos? Aprenderão melhor num grupo de 30 ou num de 15? Eu não tenho dúvidas. Algum colega terá dúvidas? Não. Só o ministério se refugia na pretensa falta de fundamentação científica para negar a formação de turmas mais pequenas. Parecem as tabaqueiras a negar que o tabaco faz mal à saúde;
... o ministério nega aos alunos actividades extracurriculares onde poderiam passar o tempo dos «furos» com a política economicista sobre os «créditos». Funciona assim: se uma escola não atribuir os créditos horários que dispõe fica com esse dinheiro para outras despesas. Quem é o dirigente que gasta esse dinheiro todo em professores para orientar actividades quando pode receber esse mesmo dinheiro para pagar uma janela, uma porta, um armário ou uma cadeira que faz falta e que o ministério não paga?
... o ministério atira para os professores a responsabilidade de prender alunos em salas quando poderia oferecer outras condições de gestão aos conselhos executivos;
... estou farto de ser mal tratado quando tenho uma das profissões mais nobres que existem;
... estou com medo que daqui a uns anos nenhum ser humano com qualidade e excelência queira optar por esta carreira. Todos os actos de descredibilização do ministério terão essa consequência, inevitavelmente. Será o fim da esperança num ensino formativo de qualidade.

GREVE

Estamos em greve, porque queremos uma Escola Pública com qualidade.Estamos em greve, porque os Professores merecem respeito. Estamos em greve, apesar daquele sindicato ter traído os docentes portugueses. Estamos em greve, apesar de existir um certo sindicato que mais não é que a prostituta do Ministério.

Nós, Professores, que não temos vergonha de sair à rua, estamos em greve. Por nós, e pelo futuro dos nossos filhos.

17/11/2005

NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

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NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que SÓ nos congelaram o tempo para a progressão, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que SÓ nos adiaram e roubaram a aposentação, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que estas e outras medidas foram SÓ para diminuir o emprego docente, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que estamos mais motivados para desenvolver um trabalho de qualidade, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que, mesmo desmotivados, conseguimos um melhor trabalho, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que estas medidas foram para melhorar a qualidade do Ensino e da Escola Pública, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

Se entenderem que este governo (e esta ME...) nos pode continuar a atacar de todas as formas e feitios, NÃO FAÇAM GREVE, NÃO!

NÃO PENSEM E NÃO AJAM DE ACORDO COM A VOSSA DIGNIDADE, NÃO!

("roubado" no forum educare)


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l mota - grato ( 17-11-2005 1:11:00 )

16/11/2005

Eis o homem


A FNE não tem palavra. Pergunte porquê ao indivíduo que aparece na foto: secretario.geral@fne.pt

Ministério propõe à FNE acordo a dois dias da greve

Segundo o «projecto de protocolo de acordo entre o ME e a FNE», a que a Lusa teve hoje acesso, a tutela «compromete-se a ter em conta a opinião dos sindicatos, tendo em vista o aperfeiçoamento das regras» relativas aos despachos sobre a reorganização da componente não lectiva, as aulas de substituição e os horários escolares.

Numa declaração de intenções, as duas partes acordam «iniciar até ao final de Fevereiro o processo de negociação tendo em vista a revisão do Estatuto da Carreira Docente», nomeadamente no que diz respeito às condições de progressão na carreira e à definição das formas de compensação dos professores pelo desgaste profissional.

O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, reuniu-se hoje à tarde com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, num encontro que cerca das 17:00 horas ainda decorria e de qual deverá sair uma decisão relativamente a este projecto de acordo.

Em declarações à agência Lusa, Arminda Bragança, da FNE, afirmou que «as negociações continuam a decorrer» e sublinhou que «ainda não há nenhuma desconvocação da greve» por parte desta federação.

Certo é que a FNE não irá participar na conferência de imprensa que a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e o Sindicato Nacional e Democrático de Professores (Sindep) convocaram para as 18:30 de hoje para reafirmar as razões da paralisação de sexta- feira.

A greve e manifestação nacionais de sexta-feira foram decretadas conjuntamente por estas três federações sindicais de professores, numa conferência de imprensa realizada em Outubro.

Contactado pela Lusa, o adjunto da Ministra da Educação escusou-se a confirmar ou desmentir a existência do referido acordo com a FNE.


Diário Digital / Lusa

E viva...

... a mediocridade.

Licenciadas têm mais dificuldade em arranjar emprego e ganham menos

As licenciadas da Universidade de Lisboa (UL) que se formaram entre 1999 e 2003 têm mais dificuldade em aceder ao primeiro emprego do que os rapazes. E quando já trabalham acabam por ganhar menos do que eles. Não no início, mas no último emprego que declaram ter, registando-se uma diferença média de 140 euros em prejuízo das diplomadas. A média fica abaixo dos mil euros de ordenado mensal, quando, no caso dos licenciados de sexo masculino, é superior a 1100. (...)

Mas não é só no capítulo dos salários que se mantém uma discriminação mais do que constatada nas estatísticas internacionais e que parece continuar a afectar os jovens. Basta ver que 80 por cento dos que concluíram o curso entre 1999 e 2003 e que em Outubro de 2004 (data do inquérito) estavam desempregados eram raparigas. "Confirma-se a maior vulnerabilidade das mulheres ao desemprego, mesmo quando são detentoras de títulos escolares ainda raros no mercado de trabalho", lê-se no relatório realizado por Natália Alves.

(...)

Globalmente, a taxa de desemprego entre os licenciados da UL fixava-se em 2004 nos 10,2 por cento. E os cursos que mais contribuíam para esse número eram de longe os mais vocacionados para o ensino. A saber: Filosofia, História, Línguas e Literaturas. Em contrapartida, nenhum dos diplomados em Medicina ou em Medicina Dentária estava sem trabalho quando respondeu ao inquérito.


14 por cento trabalham em áreas diferentes do curso

Estes são os números médios, a situação difere bastante de curso para curso. Os licenciados em Medicina, Física, Informática e Farmácia começam desde logo a trabalhar. Direito, Filosofia, Geologia, História e Psicologia são, em contrapartida, áreas com baixa empregabilidade imediata.

Natália Alves, investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, entende que tem de se relativizar esta "aparente" degradação das condições em que ocorre a primeira inserção dos diplomados. Para a autora do trabalho, a conclusão que se pode tirar é esta: "As dificuldades de inserção dos diplomados no mercado de trabalho não devem ser sobrevalorizadas e torna-se evidente que não há razões para o "alarmismo" que, por vezes, existe na sociedade portuguesa. Não só as taxas de desemprego entre os diplomados continuam relativamente moderadas - ainda que muito desiguais consoante os cursos -, como Portugal continua a ser um dos países da União Europeia com níveis mais baixos de qualificação universitária da população."

As respostas e experiências dos diplomados deixam ainda bem claro que a posse de um diploma e a classificação final do curso continuam a ter uma importância significativa no acesso mais ou menos rápido e na "qualidade" do emprego.

Ainda que, globalmente, 23,3 por cento de inquiridos tenham tido um primeiro emprego para o qual estavam sobrequalificados, apenas nos cursos de Medicina, Medicina Dentária e Farmácia não se encontrou um único licenciado que tivesse tido uma ocupação para a qual tinha "excesso" de qualificações.

Outro dado indicativo de uma maior dificuldade na procura do trabalho está patente no aumento de cinco pontos percentuais (entre os estudos de 1994-1998 e os de 1999-2003) da taxa de diplomados que exerceram o primeiro emprego numa área de actividade totalmente diferente daquela em que se formaram e que chega agora aos 14 por cento.

aulas de substituição


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15/11/2005

componente não lectiva


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13/11/2005

ERA UMA VEZ... (fábula adaptada)




Era uma vez ...


... quatro professores chamados Toda-a-Gente, Alguém, Qualquer-Um e Ninguém.

Existia um grande descontentamento e problemas muito importantes para resolver e portanto foi convocada uma greve para pressionar a resolução desses problemas.

Toda-a-Gente tinha a certeza que Alguém a faria. Qualquer-Um poderia fazê-la, mas Ninguém a fez.
Alguém zangou-se porque era uma acção de luta a desenvolver por Toda-a-Gente.
Toda-a-Gente pensou que Qualquer-Um poderia fazê-la, mas Ninguém constatou que Toda-a-Gente não a faria.
No fim, Toda-a-Gente culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer-Um poderia ter feito.
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Foi assim que apareceu o Deixa-Andar, um quinto professor com a função de evitar todos os problemas de “divisão de tarefas” deste tipo...
....
Moral da história: os problemas adensaram-se, “os chefes” ficaram cientes da sua enorme força e Toda-a-Gente, Alguém, Qualquer-Um e Ninguém foram amarfanhados e espremidos até se sentirem uns “Não Somos Nada”… agora, só o Deixa-Andar continua feliz e contente a ser um deixa andar.


Imagem adaptada da imagem original em: http://fototunga.kicks-ass.net/details.php?image_id=1836

12/11/2005

O memorando do ME para os sindicatos, entregue na reunião de ontem, não pode ser mais claro: as colocações passam a ser plurianuais, os concursos são (para já) anuais, os horários com menos de 12 horas nem sequer vão a concurso e as cíclicas só duram até Outubro. Acabam os destacamentos, excepto por Condições Específicas. Os docentes ou qualquer outro funcionário com vínculo ao Ministério ficam também proibidos de promover manuais ou outros recursos didático-pedagógicos nos estabelecimentos de ensino.Em síntese: estamos entregues à bicharada.
A tristemente célebre Maria do Carmo Seabra, antecessora da não menos triste actual ministra, já tinha feito qualquer coisa de inaudito - e indizível: incapaz de fazer uma lista que começasse no número 1 e fosse por aí acima com os nomes dos professores, resolveu abandonar o barco em pleno alto-mar, permitindo as colocações a nível de escola. Algo muito semelhante à história dos ratos que abandonam o navio quando as coisas correm mal. Agora, este ME parece apostado em demonstrar que o pior é possível: prepara-se para instituir o Império do Tacho e, declaradamente, desenterrar o machado de guerra contra os professores.

Muito me espanta que alguns ainda me perguntem "vais fazer greve? Porquê?"

O bom senso não é a coisa mais bem distibuída do mundo.

08/11/2005

Diz-se

Os boatos valem o que valem e não lhes devemos dar crédito. Mas dá sempre um certo gozo especular sobre a sua veracidade. Neste caso, os boatos têm sido tantos e tantas vezes têm sido confirmados que só podemos mesmo ficar com a "pulga atrás da orelha".

Ora, "diz-se" por aí que o Ministério da Educação teve reuniões no Fórum da Maia com os Conselhos Executivos (todos? alguns?) da área da DREN e recebeu da parte destes a informação de que tudo estaria a decorrer às mil maravilhas. Assim, como tudo vai bem no melhor dos mundos, "diz-se" que já há planos para impor no horário dos Professores as 35 horas semanais NA ESCOLA e eliminar as férias de Natal e Páscoa, fazendo os professores o papel de baby-sitter dos meninos, o que até agradaria a muito boa gente (da CONFAP, claro).

Diz-se por aí, diz.

05/11/2005

Para reflectir


O texto que segue resultou de uma discussão “feia” havida num fórum de professores envolvendo desempregados que acham que os QEs e os QZPs descontentes lhes roubam vagas, mais novos que acham que mais velhos deviam ir para casa e deixar os seus lugares para eles poderem entrar, QEs desterrados, QZPs desterrados, contratados que não o foram em detrimento de contratados que o foram com poucas horas e já não têm poucas horas… enfim, uma confusão enorme!!! Confusões, resultantes de um sistema de concursos que conseguiu prejudicar todos! Confusões, resultantes de umas alterações que se adivinham ainda piores!

Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão!!!!
Voltámos ao mesmo e quem perde com isso somos todos nós. Engraçado como este tipo de questões aparece sempre quando se esperam “notícias” do ME . Já por várias vezes suspeitei que nestas alturas aparece por aqui “alguém” para lançar a confusão e colocar-nos uns contra os outros! A coincidência destas “manobras de diversão” tem-me feito pensar muito sobre isso. Como é fácil destabilizar uma classe já de si tão desunida, dividindo para reinar. E nós, como patinhos que somos, caímos sempre na esparrela e começamos “à pancada” uns com os outros como se fossemos putos e apenas nos servíssemos do instinto e nunca da cabeça. Parem um pouco para pensar e analisem as alturas em que acontecem estas “cenas de pancadaria verbal”. Foram, por exemplo, quando estiveram para sair as medidas do “cofee”, quando foi da greve, quando estavam para sair as listas dos concursos, quando começou o ano lectivo, agora que está marcada greve e que estão para sair propostas … só para falar das ocasiões mais marcantes!
E caímos sempre!!!!


Mas já agora vou dizer mais umas coisitas que considero serem pontos de reflexão importantes para TODOS e quando digo TODOS, digo mesmo TODOS!!!!

Enquanto não percebermos que não há mais novos... que não há mais velhos... que apenas existe uma carreira de docência que é preciso defender, independentemente da idade das pessoas, porque todos começámos no princípio e, teoricamente, todos acabaremos no fim, com maiores ou menores dificuldades consoante a altura em que começámos.
Enquanto não percebermos que em cada momento se fizeram as lutas que foram necessárias, na altura, para conquistar e manter a dignidade desta profissão.
Enquanto não percebermos que houve épocas de muitas lutas e houve outras de poucas lutas porque foram feitas quando foi preciso e não apenas por se fazerem.
Enquanto não percebermos que o que se conquistou não foi para A ou B, mas sim para todos os que desempenham esta função.
Enquanto não percebermos que o que nos estão a tirar não é tirado aos mais velhos, mas sim aos professores de todas as idades.
Enquanto não percebermos que o concurso é feito, ou deveria ser feito de acordo com uma graduação e que essa graduação deveria ser aplicada igualmente a todos dentro dos quadros (independentemente do quadro a que se pertence), tal como o é a quem não pertence aos quadros.
Enquanto não percebermos que se deveria lutar pela existência de um quadro único e que o mais útil quer aos professores, quer às escolas e o quadro de escola (eu penso assim … há quem não concorde).
Enquanto não percebermos que aquilo por que se deve lutar é pela abertura de vagas necessárias às escolas e não uns contra os outros.
Enquanto não percebermos que aquilo porque se deve lutar é por condições humanas e físicas de qualidade nas escolas e não permitir que despejem o trabalho todo em cima de uns para deixar os outros no desemprego.
Enquanto não percebermos que tanto se criticaram as reduções por idade, as "regalias e mordomias" que os mais velhos tinham que alguém de poder as ouviu mesmo. Porque não quiseram perceber que essas ditas "mordomias" iam ser deles também. Porque não quiseram perceber que a partir de certa altura são mesmo necessárias. Porque não quiseram perceber que era daí que vinham os horários dos contratados.
Enquanto não percebermos que o congelamento da carreira, o aumento da idade da reforma, a máscara com que estão a envolver a morte anunciada do fim das reduções mais do que aos mais velhos, afecta os mais novos.
Enquanto não percebermos que é aos mais novos que os empregos são/serão roubados!!!
Enquanto não percebermos que é o sonho deles que será assassinado!!!

Enquanto tudo isto não for percebido não há classe, não há carreira, não há profissão que possa resistir aos ataques que lhe têm sido feitos.
Enquanto não percebermos que o barco em que estamos é o mesmo para todos e que se não nos unirmos afundamos todos com ele, não conseguiremos erguer a cabeça.
Enquanto não percebermos que “o inimigo” não é o colega do lado seja ele Desempregado, Contratado, QZP ou QE só faremos o jogo “deles”.

04/11/2005

Vale a pena?

Este blog foi criado há 4 meses. Em 4 meses foram registadas mais de 12 mil visitas. Mas a participação é escassa: os participantes são, curiosamente, professores dos Quadros; não surgem mails nem participações voluntárias; e os poucos comentários que são feitos são-no, normalmente, pelos suspeitos do costume.

Pergunto-me se vale a pena manter o blog vivo: afinal, outros blogs, como o http://contratados.blogspot.com/ desapareceram da blogosfera - quiçá se devido à fraca adesão. E o site www.professorcontratado.pt.vu também está "morto" - e é fácil adivinhar porquê...

As consciências parecem adormecidas. Estarão todos satisfeitos com a situação actual? Ou será esta a velha história do osso, com o qual se engana o cão para ele não aborrecer demasiado?

A pergunta que se impõe é óbvia: vale a pena manter vivo este blog? Estão os Contratados interessados nele?

02/11/2005

O autismo em estado puro

A sindicalista Fátima Ferreira disse à Agência Lusa que a ASPL pediu a Maria de Lurdes Rodrigues a revogação do despacho que obriga os professores a ficarem mais horas nas escolas, mas a governante mostrou «renitência total», admitindo apenas «ajustamentos» ao diploma.

Fátima Ferreira afirmou que a adesão efectiva à greve vai ser discutida internamente na ASPL, mas salientou que, por enquanto, «as razões que existiam para anunciar a semana de luta, que termina com a greve, mantêm-se».

A ASPL vai no entanto ter nova reunião no Ministério da Educação, no próximo dia 11, onde irá apresentar as suas propostas na questão dos horários e dos concursos de professores, entre outros temas.

A questão dos horários é uma preocupação central da ASPL, que afirma que as condições das escolas não permitem que o tempo a mais que os professores passam nas escolas seja aproveitado.

«Os professores têm que ficar na escola sem condições para trabalhar, não há espaço nem recursos», lamenta a ASPL, que «não entende» a recusa da ministra em recusar revogar o diploma.

Sobre os concursos, Fátima Ferreira afirmou que a ministra disse que vai enviar ao sindicato um memorando com propostas, mas ressalvou que já não vai haver muito tempo para negociar, uma vez que os concursos são apontados para começar em Janeiro de 2006.

O Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP) classificou a actual situação da educação em Portugal como «extremamente crítica», considerando que só não haverá greve dos professores em 18 de Novembro se existir uma «alteração radical em termos negociais» por parte do Ministério da Educação.

«Demonstrámos a nossa visão sobre os actuais problemas da educação em Portugal, que são extremamente críticos e que estão a afectar o actual ano lectivo. O Ministério entendeu, infelizmente, que devia manter as políticas que tem aplicado», disse o secretário-geral do SINDEP, Carlos Chagas, no final de uma reunião com a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

«Queremos alunos bem preparados e com sucesso educativo, o Ministério quer uma organização tal qual como está a impor nas escolas, dizendo que por essa via vai ter sucesso», disse o sindicalista.

O SINDEP, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) marcaram para o dia 18 de Novembro a realização de uma greve nacional conjunta, para demonstrar a oposição dos docentes às medidas do Ministério da Educação, que afirmam ofender a dignidade da classe.

Os três sindicatos admitem ainda a possibilidade de convocar, no dia da greve, um plenário de professores, seguido de uma manifestação nacional.


Diário Digital / Lusa