12/09/2009

Palhaço rico, palhaço pobre

Já aqui disse, e reafirmo, que a diferença salarial entre os professores no início e no final da carreira é obscena. Agora, é a própria OCDE quem o afirma: aqueles que nem carreita têm são os que ganham menos, enquanto que os que têm um lugar assegurado são, precisamente, os que ganham mais.


A impressão que dá é que houve alguém que comeu tudo, e para os outros já não sobrou nada. E se me vierem com a treta da solidariedade intergeracional, fico à espera que o exemplo venha de cima.


Portugal é um dos países onde mais compensa adquirir uma formação superior, se analisadas as condições de acesso ao emprego, a mobilidade de trabalho, a diferença salarial acumulada ao longo da carreira e a percepção das consequências sócio-económicas de ter uma licenciatura universitária.

Esta é uma das conclusões de um relatório internacional da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) que ainda constata um nível de educação no país muito baixo.

O documento foi elaborado com base em dados estatísticos que vão até 2007.

Os dados do relatório, que incorpora conclusões de outros documentos como o inquérito TALIS aos professores e directores de escola, confirmam que Portugal tem o melhor rácio entre o número de docentes e de alunos no espaço OCDE.

Por outro lado, apenas dois terços dos professores em Portugal têm vínculo permanente, a pior percentagem nos países incluídos no inquérito TALIS.

Outros números indicam que a maior fatia do investimento nas escolas vai, em Portugal, para os salários do corpo docente e, se no início da carreira os professores em Portugal recebem comparativamente menos, com a progressão profissional a classe atinge níveis salariais superiores aos da média da OCDE.

Nas centenas de tabelas e gráficos contidos no relatório, Portugal aparece de forma inequívoca como um país de alto retorno do investimento na educação superior, comparativamente à média do espaço da OCDE e dos países associados à organização.