05/06/2013

"As pensões não são um contrato"?!

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• O Estado instituiu-se, a si próprio, como minha caixa de poupança reforma, de forma unilateral e obrigatória para, na certa, me poupar a uma velhice na pobreza.

• O Estado instituiu-se, a si próprio, como meu segurador no âmbito da saúde, de forma unilateral e obrigatória para, na certa, me permitir ter, ao longo do meu percurso profissional e depois de o terminar garantia de acesso à protecção na saúde.

• O Estado nunca me permitiu que pudesse escolher entre a sua conta e outras contas poupança reforma e/ou outros seguros de saúde, nem me pagou o suficiente para que eu pudesse gerir a minha casa, pagar a educação das minhas filhas e me sobrassesse alguma coisita para ter os dois sistemas em simultâneo

• O Estado assinou comigo um contrato que não cumpriu e que vive inventando razões para não o fazer mas não equaciona todos os erros e roubos que cometeu e continua a cometer

• O Estado não se coibiu de jogar na bolsa e perder, por mais de uma vez, os dinheiros que eu e outros como eu depositámos na sua mão para garantia de uma reforma digna e ajustada à vida que construímos com o nosso trabalho.

• O Estado não se coibiu de se apropriar das contas de poupança reforma de outras entidades que tinham feitos contratos exclusivos com os seus funcionários para pagar as dívidas resultantes da sua má gestão

• O Estado não se coibiu de ir trazendo para a divisão da conta poupança que os seus funcionários tinham todos aqueles a quem foi espoliando das suas próprias contas, aumentando assim o número daqueles por quem dividir o que havia sobrado

• O Estado não se coibiu de ir concedendo reformas chorudas (resultantes de ordenados chorudos) a pessoas que iam trabalhando aqui e ali, acumulando cargos por aí (apenas pelo simples facto de se serem amigos de alguém e não da competência para os exercer) e portanto acumulando reformas (!), como se o serviço público não contasse apenas como um como para todos os outros mas somasse vários serviços públicos para estes seres especiais.

• O Estado não se coibiu de decretar que, se calhar, eu poderei viver mais anos do que ele previu inicialmente (?!) e de, apesar de eu ter ido muito além do que assinei com ele ter resolvido esbulhar-me de parte do que me competia receber mesmo se outros com o mesmo ou menos tempo de descontos recebem mais só porque têm 2, 3 ou 4 anos mais do que eu.

• O Estado não se tem coibido de roubar aos seus trabalhadores tudo o que pode para distribuir aos seus amigos, tudo em nome de uma crise que “contraiu” e que tem cultivado para que possa tirar cada vez mais a quem ganha com o seu trabalho para entregar a quem explora esse trabalho.

O Estado deixou há muito de ser pessoa de bem!

Infelizmente, o Estado não é o Estado, entidade anónima, o Estado são um conjunto de nomes sonantes cujas assinaturas estão bem por baixo de todos os roubos feitos; de todos os desmandos cometidos em nome de gestões sem nexo e proveitosas para alguém que não o povo português; de todos os gastos feitos com destino estabelecido. Todos os nomes constam de Diários da República, de notícias de jornais, de contratos firmados em escritórios de advogados e em conservatórias. Todos conhecem esses nomes. Todos sabem quem foram e quem são os donos dessas assinaturas. Todos sabem quem foram e quem são os “desviantes” (gente deste calibre não rouba… desvia) e onde andam os dinheiros desaparecidos dos bancos.

No entanto, todos preferem ouvir a desculpa de que o povo português gastou à tripa forra, esbanjou dinheiro em casas, carros, viagens, jantares e outras diversões. Engraçado ! Nunca tive para o fazer, nem eu, nem os que conheço de perto... Todos preferem deixar-se humilhar e explorar por um bando de gente que lambe o chão que gente sem escrúpulos pisa e faz tudo o que é mandado fazer, sem se lembrar de proteger o povo que juraram proteger.


E depois, esta gente sem escrúpulos ainda utiliza o dinheiro que nega a quem trabalha e a quem trabalhou para pagar a gente que dá pareceres do arco-da-velha, como por exemplo: "Pensões não são propriedade dos reformados"!!!!!



13/08/2012

coincidências?...

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(encontrado na net)

03/08/2012

Cratinices

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(cartoon recebido por mail)



"De acordo com dados provisórios do Ministério da Educação e Ciência, mais de 13 mil professores do quadro estão sem horário para o próximo ano lectivo"

                     ... mas iremos ter turmas com 30 alunos!


"Crato garante que todos os professores vão ´contribuir para o sistema`”

                     ... ?!  - seja lá isso o que for!
                    ... como por exemplo ter professores sem turma que irão "coadjuvar" (?!) e/ou apoiar e ter professores com turmas de 30 alunos que pouco aprenderão mas que depois duplicarão o trabalho e a estadia na escola sendo "apoiados"


“Estes números só saíram porque passou a haver um processo de maior transparência”,

                     ... transparência ?! que remédio'! as listas saíram e contra factos não há argumentos - querem enganar quem?
                    ... porque não o reconhecimento oficial da má utilização de recursos humanos depois de uma péssima utilização de recursos materiais?

01/05/2012

Ai de quem pergunte porquê...

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Primeiro empobrecem o país e empobrecem-nos a todos para pagarmos as dívidas dos roubos que eles fizeram e com os quais continuam a viver à grande.

(Já agora um pequeno aparte:
Posso juntar as minhas dívidas àquelas que agora vamos pagar ao BPN?
É coisa pouca... são só uns eurozitos de umas compras que ainda não acertei com a família  mas se pago as dos outros não tenho com que pagar as minhas pelo que acho mais do que justo que as possa juntar ao "bolo" para que seja tudo repartido. E se falo das minhas... falo das de todos os portugueses... )

Depois aparecem com umas tretas de "famílias com mais filhos vão pagar menos imposto", "a troika elogia-nos o esforço de recuperação", etc... e a que mais me maravilha: "Quase um quarto dos portugueses está isento das taxas moderadoras, por razões económicas. Ao todo foram atribuídas quase 2,4 milhões de isenções, mais 580 mil que no ano passado e, mesmo assim, o fisco rejeitou quase um terço de todos os pedidos de isenção."

Esta gente que nos (des)governa não tem mesmo vergonha! Os jornalistas que veiculam notícias destas, neste tom de regozijo, também não têm um palmo de vergonha na cara.

Ainda não perceberam, pois não?!

Não perceberam que primeiro empobreceram-nos até ao ponto de quase todos nós precisarmos de ajuda, agora vêm explicar ao povo que afinal são tão bonzinhos que estão a ajudar um quarto dos portugueses, permitindo-lhes que lhes seja reconhecida a sua situação de pobreza ao dar-lhes a possibilidade de não pagar a taxa para tere direito à saúde! E onde está o dinheiro que lhes foi sonegado e que é preciso para manter uma condição de vida que não os leve a ter necessidade de recorrer ao não pagamento da taxa?
Não perceberam que a "esmola" com que eles se congratulam por dar ao povo não é nem a milionésima parte daquilo que lhes está a ser roubado não para benefício do país e dos portugueses mas sim para remediar os "buracos nos bolsos de um bando de amigos"?

06/04/2012

Sin noticias de Islandia. Por qué?

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Sin noticias de Islandia. Por qué?

Si alguien cree que no hay censura en la actualidad, que me diga si así como se ha sabido todo lo que pasa en Egipto, por qué los periódicos no han dicho nada de nada sobre lo que pasa en Islandia?
En Islandia, el pueblo ha hecho dimitir a un gobierno completo, se nacionalizaron los principales bancos, se decidió no pagar la deuda que estos crearon con Gran Bretaña y Holanda a causa de su mala política financiera y se acaba de crear una asamblea popular para reescribir su Constitución.

Y todo ello de forma pacífica. Toda una revolución contra el poder que ha conducido hasta la crisis actual. He aquí, por qué no se han dado a conocer hechos durante dos años. Qué pasaría si el resto de ciudadanos europeos tomaran ejemplo?

Esta es, brevemente, la historia de los hechos:

- 2008. Se nacionaliza el principal banco del país. La moneda se desploma, la bolsa suspende su actividad. El país está en bancarrota.
- 2009. Las protestas ciudadanas frente al parlamento logran que se co enve oquen elecciones anticipadas y provocan la dimisión del Primer Ministro, y de todo su gobierno en bloque. Continúa la pésima situación económica del país. Mediante una ley se propone la devolución de la deuda a GB y Holanda mediante el pago de 3.500 millones de euros, suma que pagarán todos las famílias islandesas mensualmente durante los próximos 15 años al 5,5% de interés.
- 2010. La gente se vuelve a echar a la calle y solicita someter la ley a referéndum. En enero de 2010, el Presidente se niega a ratificarla y anuncia que habrá consulta popular. En marzo se celebra el referéndum y el NO al pago de la deuda arrasa con un 93% de los votos.

A todo esto, el gobierno ha iniciado una investigación para dirimir juridicamente las responsabilidades de la crisis. Comienzan las detenciones de vários banqueros y altos ejecutivos. La Interpol dicta una orden, y todos los banqueros implicados, abandonan el país.

En este contexto de crisis, se elige una asamblea para redactar una nueva Constitución que recoja las lecciones aprendidas de la crisis y que sustituya a la actual, una copia de la Constitución danesa. Para ello, se recurre directamente al pueblo soberano.

Se eligen 25 ciudadanos sin filiación política de los 522 que se han presentado a las candidaturas, para lo cual sólo era necesario ser mayor de edad y tener el apoyo de 30 personas. La asamblea constitucional comienza su trabajo en febrero de 2011 para presentar un proyecto de carta magna a partir de las recomendaciones consensuadas en distintas asambleas que se celebran por todo el país.

Debe ser aprobada por el actual Parlamento y por el que se constituya tras las próximas elecciones legislativas.

Esta es la breve historia de la Revolución Islandesa:

-dimisión de todo un gobierno en bloque,
-nacionalización de la banca,
-referéndum para que el pueblo decida sobre las decisiones económicas trascendentales,
-encarcelación de responsables de la crisis y
-reescritura de la constitución por los ciudadanos.

Se nos ha hablado de esto en los medios de comunicación europeos?
Se ha comentado en las tertulias políticas radiofónicas?
Se han visto imágenes de los hechos por la TV?

Claro que no.

El pueblo islandés ha sabido dar una lección a toda Europa, plantándole cara al sistema y dando una lección de democracia al resto del mundo.


01/04/2012

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(Gustave Doré )



               «O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as  consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As falências sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia… explora. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. A intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada.»


( transcrição do início do primeiro livro das Farpas, escrito por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão e publicado no dia 17 de Junho de 1871)



10/12/2011

Está? ... É da polícia?

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( recebido por mail - anedota )

24/11/2011

Hoje é (foi) o dia... e, de hoje para a frente, serão todos os dias

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E depois dos cortes no vencimento, da supressão dos subsídios que visavam equilibrar os vencimentos dos portugueses com os vencimentos do resto da europa, do aumento continuado de impostos, dos despedimentos em massa perpretados por sucessivos governos, em que muitos desempregados nem a subsídio de desemprego têm direito e outros estão prestes a terminá-lo, onde pensam estes "srs que nos desgovernam" ir buscar dinheiro para alimentar os seus vícios de grandeza?

O povo que trabalha já não tem dinheiro para si quanto mais para pagar as dívidas aos bancos e à europa. Dívidas que eles teimam em fazer nossas. Dívidas que quem vive do trabalho não contraíu. Dívidas que lhes encheram os bolsos e que agora dizem ser nossas.

E vêm-nos aos bolsos, como nos foram enquanto endividaram o país.
E roubam-nos descaradamente, porque já não podem roubar onde roubaram.

E clamam que precisamos de trabalhar mais porque ainda não perceberam que o povo português trabalha.. e muito. Quem não trabalha são esses srs que não sabem gerir, que metem ao bolso tudo o que se consegue produzir.

Este país, por mais que nos roubem, por mais que nos empobreçam, nunca conseguirá ir para a frente:
  • enquanto os "srs que nos desgovernam" não perceberem que o problema do país não é um problema de trabalho, mas sim de gestão;
  • enquanto os srs que nos desgovernam" não perceberem que são eles que destroem o país colocando nos postos chave os amigos que nada percebem de gestão mas que têm bolsos largos prontos a encher.
Venderam, desfizeram-se ou reduziram ao mínimo tudo o que Portugal possuía: cortiça, téxteis, sapatos, conservas, pescas, agricultura, siderurgia, etc, etc, etc.

Reduziram o país a serviços e a turismo que não souberam, sequer, incentivar nem vender... e agora acusam-nos de não produzirmos!

Esperemos que um dia o povo acorde e perceba os embustes a que tem estado, alternadamente, sujeito!
Que hoje seja o dia!


15/10/2011

Ainda acreditam neles?!

12/04/2011

Eleições e escolhas

Fábula política - Tommy Douglas

01/04/2011

A 3ª Guerra Mundial está aí. Só diferem as armas, a intenção é a mesma.

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Cândido Portinari - os retirantes -1944


França e Alemanha, em tempos diferentes, tentaram, através da guerra, apoderar-se da Europa. Não o conseguiram dessa forma. Neste momento, Angela Merkel, e Nicolas Sarkozy pretendem, através do Euro, escravizar essa mesma Europa. Nicolas Sarkozy não se lembra é do que a história conta  sobre o que costuma acontecer quando a sua vizinha consegue o que quer.

15/03/2011

É a pequenez dos homens que nos governam

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James Ensor - Intrigue


"Não é a pequenez dos estados, é a pequenez dos homens que os governam, que os condena a uma perpétua inferioridade, porque não sabem, nos recursos da sua inteligência e na força da sua alma, achar os meios de contrabalançar ou de suprir a pequenez do território, a pouca população e a pouca opulência do seu país"


José Estevão
in 2º discurso sobre a questão das irmãs de caridade na câmara dos deputados – sessão de 10 de Julho de 1861


11/03/2011

Nós?!... nós descendemos dos que ficaram por aqui...

(recebido por e-mail, sem indicação de autor)
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Francisco Goya - tribunal da inquisição
(estes foram dos que vieram, ficaram... e ainda hoje se sentem)


Era no tempo em que, no palácio das Necessidades, ainda havia ocasião para longas conversas. (mas podia passar-se hoje...).

Um jovem diplomata, em diálogo com um colega mais velho, revelava o seu inconformismo. A situação económica do país era complexa, os índices nacionais de crescimento e bem-estar, se bem que em progressão, revelavam uma distância, ainda significativa, face aos dos nossos parceiros. Olhando retrospetivamente, tudo parecia indicar que uma qualquer "sina" nos condenava a esta permanente "décalage". E, contudo, olhando para o nosso passado, Portugal "partira" bem:

- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que "deram novos mundos ao mundo", que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia, que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental.

O embaixador sorriu, benévolo e sábio, ao responder ao seu jovem colaborador:

- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.

- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de quem descendemos nós?

- Nós descendemos dos que ficaram por aqui...

15/09/2010

O sonho dos nossos donos... e o nosso pesadelo.

Alguém vê a diferença entre o sonho americano e o português?

A educação será mesmo uma meta desta gentinha?

09/01/2010

E depois falem-me de mérito, de incentivo, de vontade de dar mais à escola...

Não me tem apetecido escrever ou falar da vergonha que tem sido tudo o que se tem passado em termos de avaliação, não só por culpa do ME, mas mais por culpa de muitos colegas… e são estes últimos que mais me desanimaram com a sua postura de subserviência, de medo, de não me comprometo, de, em muitos casos, deixa andar que eu estou safo…

Foram, nuns casos, os equívocos, noutros, as pressas, ainda noutros, a falta de orientações concretas e atempadas. Tudo isto, associado às prepotências de avaliadores e directores, fez com esta avaliação se transformasse numa opereta de mau gosto só aplaudida pelos encenadores e pelos coreógrafos.

Eu que sou de desporto, nunca consegui perceber como é que as regras variam a meio de um campeonato, de como é que se vão inventando regras à medida que o jogo vai decorrendo e, de como é que a minutos do apito final os árbitros ainda nos vêm dizer que falta aplicar algumas regras.
E eu que sou de educação física sei que há diferenças entre uma coisa chamada desporto e outra chamada jogos tradicionais e/ou populares. E essa diferença é enorme. E é essa grande diferença que faz a diferença naquilo que nos está a acontecer com esta avaliação. Estamos a fazer jogos tradicionais numa coisa que é um campeonato desportivo.

Para quem não sabe, a diferença que separa estas duas matérias é a sua forma de regulamentação. No desporto, todas as modalidades se jogam com as mesmas regras em todo o mundo. Nos jogos tradicionais, para um mesmo jogo, as regras variam de país para país, "da minha rua para a tua rua". E é este o grande problema desta avaliação, cada um joga com as regras da sua rua para depois ser comparado no campeonato do “mundo” inteiro.

Num dia, por coincidência, o mesmo em que o “outro” brindou a assembleia com um par de cornos, mostrando a todos a idoneidade dos nossos “eleitos”, tive que estar numa “acção” sobre classificação (está entre aspas porque uma acção com a importância desta se resumiu a uma informação de 4 horas). Quer isto dizer que esta “acção” que deveria constituir um dos preliminares deste processo, é a parte final do dito.
E depois falem-me de coerência, de boa gestão, de boas práticas, de coisas pensadas com tempo.
Nessa acção, para além de ter tido a certeza da importância e necessidade do cumprimento de muitos itens que eu vinha defendendo como obrigatórios e imprescindíveis, de acordo com a legislação em vigor, e que não existem na maioria das escolas/agrupamentos, fiquei a saber como se iria processar a dita classificação, isto é, a transformação de uma dita avaliação de desempenho num processo de seriação de professores.

Para começar, a formadora informou-nos de coisas, pelas quais me consideram louca quando chamo a atenção para a sua não existência, tais como as que se seguem. P
ara qualquer “evidência” pedida teria que haver instrumentos de análise e respectivos critérios de êxito, o que implica que toda aquela gente que andou a pedir “portafolhas” com tudo e mais alguma coisa, teria que ter uma folha de análise com os respectivos critérios definidos e bem expressos e divulgados a toda a comunidade, assim como o respectivo registo avaliativo para cada uma das evidências pedidas. Que eu saiba, da minha escola e das escolas de colegas com quem falei, nada disto existe e quando existe consta de umas generalidades, onde a apresentação, a quantidade e outros itens semelhantes são os factores a ter em conta. Teria que haver, estabelecidos em tempo útil, critérios de diferenciação, para o caso dos Exc e MB excederem as quotas, poder haver um desempate criterioso. Também, todos os itens do director teriam que ter indicadores e critérios de êxito bem definidos e divulgados a todos que permitissem a diferenciação. Por exemplo, teria que haver uma definição do que era o empenho e de como se diferenciava, assim como de todos os outros parâmetros. Um dos exemplos que deu foi: aula de substituição – deu a aula, cumpriu o serviço; deu a aula, elaborou uma ficha de revisão, falando do que fez, do que ficou por fazer, das dúvidas que ficaram nos alunos, etc - cumpriu mais do que apenas o serviço, (claro que isto é quase impossível de realizar porque não faríamos mais nada do que andar com um bloco para registo de tudo e mais alguma coisa), mas foi o exemplo que deu para mostrar que as coisas não deviam ser feitas a olhómetro, como aconteceu em quase todo o lado, por não haver indicadores, especialmente no que diz respeito à avaliação dos directores, que permitissem medir a diferença (pelo que ouvi, raros teriam indicadores para os seus parâmetros).

Cingindo-me, nesta breve mostra de como tudo isto não passou de folclore, vou falar apenas das indicações para a avaliação do director que a foi a que aconteceu para a maioria de nós.

Como eu defendia e a maioria dos directores (e mesmo o ME) não queria aceitar como legal, no ponto A1, respeitante à assiduidade, todos teriam que ter Excelente (10). A não ser que se tivesse sido suspenso, preso ou tivesse faltas injustificadas, todos estavam dentro da lei e não poderiam ser prejudicados desde que não tivessem ultrapassado os limites previstos na legislação. A lei, especialmente quando essa lei é geral, não pode conduzir a penalizações determinadas em leis “menores”.

Punha-se então o caso do ponto A2 – o empenho. E era aqui que teria que ser feita a compensação à assiduidade, foi esta a sugestão da formadora para não sobrecarregar a Comissão de Avaliação com a escolha dos “premiados com o mérito”. E foi aqui que muitos directores (como o meu) resolveram utilizar o factor de compensação, dando regulares e insuficientes para compensar os excelentes do A1. A maioria sem critérios estabelecidos, sem indicadores que fizessem a diferença.

E como o A valia a dobrar também foram compensando “porifora”.

Só que este problema só se punha com a possibilidade dos Exc e dos MB.

Poucos foram os que não perceberam que não tinham que fazer compensações porque se não havia aulas assistidas (para a maioria), não tinham mais do que dar a notação que cada um valia, sabendo de antemão que todos teriam Bom. E houve Bons com 8 e com 9 em algumas escolas demonstrando o real valor das profissionais. E houve outras em que as pessoas foram avaliadas com as compensações tendo que ter notações “negativas” mesmo que não as merecessem para compensar a assiduidade.

E depois falem-me de mérito, de incentivo, de vontade de dar mais à escola.

Estes foram alguns dos problemas desta avaliação que por si só a tornou uma fantochada.

Mas isto agrava-se quando ficamos a saber que a primeira coisa que o director tem que fazer, quando inicia o processo de classificação on line, é “parametrizar a ficha”, isto é, abrir as fichas e transformá-las de acordo com a escola. Por exemplo, não vai avaliar o A5, assinala-o e esse campo passa a “não aplicável” e desaparece da ficha, ou pode alterar o texto de um parâmetro, ou acrescentar um parâmetro, etc.
Vocês sabem quais os parâmetros (e em que moldes) em que os vossos directores vos avaliaram? Eu, até hoje, continuo a não saber. Não faço a mínima ideia…

Depois da parametrização o director inscrevia em cada professor a sua condição de avaliado: coordenador, avaliador, avaliado, com aulas assistidas, sem aulas assistidas, etc. Conforme a “condição” do professor assim se abriam ou fechavam campos de classificação.

Para além disto, como explicou a formadora, o avaliador apenas tem que inscrever, no parâmetro, a avaliação qualitativa atribuída ao professor. Explicou mais, explicou que automaticamente o programa assume essa avaliação pelo valor máximo. Por isso me tem feito tanta confusão algumas notações que foram aparecendo aí pela blogosfera, nomeadamente umas que davam resultados até às milésimas.

Tanto quanto sei, também os avaliadores de aulas assistidas entraram nesta brincadeira das compensações para não criar problemas à comissão. Em cada “categoria” foram determinadas, a priori, as pessoas que iriam ter mérito e depois as avaliações/classificações foram atribuídas de acordo com essa determinação. Isto passou-se numa escola onde todos tiveram, obrigatoriamente, aulas observadas nos 2 anos (a titulo experimental, foi o que foi dito e decidido em CP). Só que "este a título experimental" foi obrigatório e teve resultados! Resultados que diferenciam! Resultados que vão contar para a carreira! Resultados que colocam em cheque as quotas porque muitos professores se sentiram prejudicados porque comparativamente, dentro dos grupos, as diferentes categorias em resultado das compensações viram o seu trabalho não valorizado nuns casos e sobrevalorizado noutros.
E depois falem-me de mérito, de incentivo, de vontade de dar mais à escola.
E nem vos conto o meu caso e o caso da minha escola porque nem vale a pena!

12/09/2009

Palhaço rico, palhaço pobre

Já aqui disse, e reafirmo, que a diferença salarial entre os professores no início e no final da carreira é obscena. Agora, é a própria OCDE quem o afirma: aqueles que nem carreita têm são os que ganham menos, enquanto que os que têm um lugar assegurado são, precisamente, os que ganham mais.


A impressão que dá é que houve alguém que comeu tudo, e para os outros já não sobrou nada. E se me vierem com a treta da solidariedade intergeracional, fico à espera que o exemplo venha de cima.


Portugal é um dos países onde mais compensa adquirir uma formação superior, se analisadas as condições de acesso ao emprego, a mobilidade de trabalho, a diferença salarial acumulada ao longo da carreira e a percepção das consequências sócio-económicas de ter uma licenciatura universitária.

Esta é uma das conclusões de um relatório internacional da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) que ainda constata um nível de educação no país muito baixo.

O documento foi elaborado com base em dados estatísticos que vão até 2007.

Os dados do relatório, que incorpora conclusões de outros documentos como o inquérito TALIS aos professores e directores de escola, confirmam que Portugal tem o melhor rácio entre o número de docentes e de alunos no espaço OCDE.

Por outro lado, apenas dois terços dos professores em Portugal têm vínculo permanente, a pior percentagem nos países incluídos no inquérito TALIS.

Outros números indicam que a maior fatia do investimento nas escolas vai, em Portugal, para os salários do corpo docente e, se no início da carreira os professores em Portugal recebem comparativamente menos, com a progressão profissional a classe atinge níveis salariais superiores aos da média da OCDE.

Nas centenas de tabelas e gráficos contidos no relatório, Portugal aparece de forma inequívoca como um país de alto retorno do investimento na educação superior, comparativamente à média do espaço da OCDE e dos países associados à organização.

28/08/2009

Mais valia reprovar

A abertura da escola pública a todos afastou dela as classes de maiores posses. Isto acabou por transformá-la num factor de exclusão social

O governo apresentou esta semana os números relativos às taxas de insucesso escolar em 2008/2009. Segundo os jornais, a retenção - vulgo "reprovação" - diminuiu quase para metade nos últimos quatro anos, cifrando-se agora em 7,7% no básico e em 18% no secundário. Para o primeiro-ministro, aqueles que consideram que estes resultados são um produto do facilitismo estão a insultar os professores, os alunos e as suas famílias. No entanto, os próprios professores, os alunos e as suas famílias não terão qualquer dificuldade em reconhecer que esse mesmo facilitismo se instalou, paulatinamente, no nosso sistema de ensino.
O sucesso de um sistema educativo mede-se por testes internacionais que permitem a comparação entre diferentes sistemas, e não pela diminuição das taxas de reprovação. A associação do sucesso escolar à mera passagem de ano é apenas um dos muitos reflexos da ideologia que fez passar a escola de um lugar para aprender num instrumento de inclusão social. É da mais elementar honestidade admitir que a origem desta ideologia é o pensamento da esquerda e uma visão irreflectida das implicações do ideal de igualdade. No entanto, o sucesso da ideologia da escola inclusiva foi tal que ela se tornou politicamente transversal. Um dos principais responsáveis pela sua propagação no nosso sistema de ensino foi Roberto Carneiro, um político da direita conservadora e que ainda ontem veio, sem surpresa, aplaudir publicamente os resultados apresentados pelo governo.
Porém, mais cedo ou mais tarde teremos de nos confrontar com a realidade: na situação a que as políticas da escola inclusiva conduziram o sistema educativo, ele deixou de ser um trampolim para os desfavorecidos pela lotaria social. Pelo contrário, a inclusividade da escola levou as classes altas e médias a trocar o sistema público pelo privado ao nível da educação pré-universitária. O resultado final deste processo é um típico efeito perverso: a transformação da escola pública, que pretendia promover a inclusão, num factor de exclusão social.

Em vez de insistirmos na desastrosa instrumentalização da escola em nome da inclusão social, devíamos defender o ideal da escola pública como "elevador social".
Felizmente, a variação genética é bastante democrática e a inteligência e os talentos tanto podem nascer na Quinta da Marinha como no Casal Ventoso. No entanto, para dar oportunidades tendencialmente iguais a quem não nasceu em berço de ouro é necessário que os mais desfavorecidos pela lotaria social tenham acesso, desde tenra idade, a uma educação vigilante, exigente e meritocrática. A adopção destes princípios teria grandes implicações: objectivos de aprendizagem mais robustos, divisão dos alunos e turmas de acordo com os ritmos de aprendizagem e até, imagine-se, a horrível ideia de que, em muitos casos, mais valia reprovar.

Professor de Teoria Política

11/03/2009

Sintam o nó na garganta...

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Um dia o filho pergunta ao pai:
"Papá, vens correr comigo a maratona?"
O pai responde que sim, e ambos correm a primeira maratona juntos.

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Um outro dia, volta a perguntar ao pai se quer voltar a correr a maratona com ele, ao que o pai responde novamente que sim.Correm novamente os dois.
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Certo dia, o filho pergunta ao pai: "papá, queres correr comigo o Ironman?(O Ironman é o mais difícil...exige nadar 4 km, andar de bicicleta 180 km e correr 42 )E o pai diz que sim.Isto é tudo muito simples...até que se vejam estas imagens...fantástico!
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QUE GRANDE HOMEM... QUE GRANDE PAI... NÃO HÁ PALAVRAS…
Nunca pensei sentir-me tão pequenino como hoje ao ver isto... realmente queixamo-nos de quê ?????
Exemplo de PAI...... e o amor ao seu filho "diferente"....
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(recebido por mail)

10/03/2009

Lá como cá

Por que, no Brasil, se formam mais médicos, advogados, engenheiros do que professores? Excetuando a aptidão, o móvel de tantas formaturas, por ano, em Direito, Medicina ou Engenharia está relacionado ao retorno financeiro, ao prestígio, ao status que cada uma dessas áreas pode proporcionar. Infelizmente, desprestigiamos tanto os professores que eles estão se formando cada vez menos. 

Foi o que a imprensa noticiou recentemente, informando sobre o recente Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). É o segundo ano consecutivo em que o MEC registra a redução. Em 2007, formaram-se 4,5% a menos que em 2006 e 9,3% a menos que em 2005. As áreas mais atingidas foram Letras, Geografia, Química e Filosofia. Outra informação do MEC é que existem, pelo menos, 300 mil professores ministrando aula em áreas que não são as de formação. 

Os dados comprovam o que há muito se vê e se sente na sociedade brasileira: professor trabalha muito e ganha muito pouco. Quem quer viver essa situação? O retorno é desproporcional ao empenho necessário à rotina de trabalho. Não há tempo hábil para o aprimoramento do ofício, para o planejamento das aulas. 

Esse sofrimento atinge a tantas pessoas que ficou comum. Virou até piada. O humorista cearense Chico Anysio nos fez dar boas gargalhadas quando seu personagem televisivo, professor Raimundo, ralhava com seus alunos pela falta de interesse quanto aos estudos, e, pelo baixo salário que recebia. Risadas à parte, o professor merece respeito. 

A educação é o setor mais importante de um governo. Por meio dela, saem os empregadores e os empregados. A economia é movimentada. Dá-se vida à sociedade. A garantia do piso salarial nacional aos professores é um início, a revisão do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração é um avanço. Precisamos priorizar a capacitação do Magistério. E, ainda, acelerar a melhoria das condições de trabalho e remuneração para que ele se transforme em profissão almejada pela juventude. A qualidade da educação no Brasil depende disso. 

ARTUR BRUNO 
Deputado estadual PT/CE 
abruno@al.ce.gov.br


03/03/2009

Para meditar #2

Quando se estabelece em Decreto-Lei que a avaliação de MB vale 1 valor e a de Excelente 2 valores, seria bom esclarecer que isso significa respectivamente 1 e 2 anos de trabalho. Será que as diferenças de mérito entre B, MB e E. devem representar 1 ou 2 anos de trabalho?