05/06/2013

"As pensões não são um contrato"?!

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• O Estado instituiu-se, a si próprio, como minha caixa de poupança reforma, de forma unilateral e obrigatória para, na certa, me poupar a uma velhice na pobreza.

• O Estado instituiu-se, a si próprio, como meu segurador no âmbito da saúde, de forma unilateral e obrigatória para, na certa, me permitir ter, ao longo do meu percurso profissional e depois de o terminar garantia de acesso à protecção na saúde.

• O Estado nunca me permitiu que pudesse escolher entre a sua conta e outras contas poupança reforma e/ou outros seguros de saúde, nem me pagou o suficiente para que eu pudesse gerir a minha casa, pagar a educação das minhas filhas e me sobrassesse alguma coisita para ter os dois sistemas em simultâneo

• O Estado assinou comigo um contrato que não cumpriu e que vive inventando razões para não o fazer mas não equaciona todos os erros e roubos que cometeu e continua a cometer

• O Estado não se coibiu de jogar na bolsa e perder, por mais de uma vez, os dinheiros que eu e outros como eu depositámos na sua mão para garantia de uma reforma digna e ajustada à vida que construímos com o nosso trabalho.

• O Estado não se coibiu de se apropriar das contas de poupança reforma de outras entidades que tinham feitos contratos exclusivos com os seus funcionários para pagar as dívidas resultantes da sua má gestão

• O Estado não se coibiu de ir trazendo para a divisão da conta poupança que os seus funcionários tinham todos aqueles a quem foi espoliando das suas próprias contas, aumentando assim o número daqueles por quem dividir o que havia sobrado

• O Estado não se coibiu de ir concedendo reformas chorudas (resultantes de ordenados chorudos) a pessoas que iam trabalhando aqui e ali, acumulando cargos por aí (apenas pelo simples facto de se serem amigos de alguém e não da competência para os exercer) e portanto acumulando reformas (!), como se o serviço público não contasse apenas como um como para todos os outros mas somasse vários serviços públicos para estes seres especiais.

• O Estado não se coibiu de decretar que, se calhar, eu poderei viver mais anos do que ele previu inicialmente (?!) e de, apesar de eu ter ido muito além do que assinei com ele ter resolvido esbulhar-me de parte do que me competia receber mesmo se outros com o mesmo ou menos tempo de descontos recebem mais só porque têm 2, 3 ou 4 anos mais do que eu.

• O Estado não se tem coibido de roubar aos seus trabalhadores tudo o que pode para distribuir aos seus amigos, tudo em nome de uma crise que “contraiu” e que tem cultivado para que possa tirar cada vez mais a quem ganha com o seu trabalho para entregar a quem explora esse trabalho.

O Estado deixou há muito de ser pessoa de bem!

Infelizmente, o Estado não é o Estado, entidade anónima, o Estado são um conjunto de nomes sonantes cujas assinaturas estão bem por baixo de todos os roubos feitos; de todos os desmandos cometidos em nome de gestões sem nexo e proveitosas para alguém que não o povo português; de todos os gastos feitos com destino estabelecido. Todos os nomes constam de Diários da República, de notícias de jornais, de contratos firmados em escritórios de advogados e em conservatórias. Todos conhecem esses nomes. Todos sabem quem foram e quem são os donos dessas assinaturas. Todos sabem quem foram e quem são os “desviantes” (gente deste calibre não rouba… desvia) e onde andam os dinheiros desaparecidos dos bancos.

No entanto, todos preferem ouvir a desculpa de que o povo português gastou à tripa forra, esbanjou dinheiro em casas, carros, viagens, jantares e outras diversões. Engraçado ! Nunca tive para o fazer, nem eu, nem os que conheço de perto... Todos preferem deixar-se humilhar e explorar por um bando de gente que lambe o chão que gente sem escrúpulos pisa e faz tudo o que é mandado fazer, sem se lembrar de proteger o povo que juraram proteger.


E depois, esta gente sem escrúpulos ainda utiliza o dinheiro que nega a quem trabalha e a quem trabalhou para pagar a gente que dá pareceres do arco-da-velha, como por exemplo: "Pensões não são propriedade dos reformados"!!!!!