29/07/2005
Relatório Crítico
Artigo 4º Docentes em pré-carreira e docentes contratados
1 - A avaliação do desempenho dos docentes que se encontrem em situação de pré-carreira realiza-se nos termos previstos nos nºs 3 e 4 do artigo 41º do ECD.
2 - Para efeitos de avaliação ordinária dos docentes em pré-carreira e do disposto na alínea a) do nº 3 do artigo 41.º do ECD, são de três anos os módulos de tempo de serviço docente.
3 - No ano da conclusão da profissionalização em serviço é dispensada a avaliação do desempenho aos docentes que reúnam os demais requisitos exigidos para a progressão na carreira.
4 - A avaliação do desempenho dos docentes em regime de contratação realiza-se no final do período de vigência do respectivo contrato, nos termos previstos no artigo 130º do ECD.
5 - Os docentes referidos no número anterior apresentam o seu documento de reflexão crítica nos 30 dias anteriores ao termo do respectivo contrato.
Alguém se esqueceu dos exames
Ainda a greve (2)
Ainda a greve (1)
Mais emprego?
Contestação
28/07/2005
Mais um efeito colateral
27/07/2005
Fim das acumulações - mas não para todos
Os educadores de infância e professores do básico e secundário que queiram dar aulas em vários estabelecimentos de ensino poderão continuar a fazê-lo, mas até um limite máximo de seis horas por semana a mais em relação ao seu horário lectivo principal. O limite actual é de dez.
Se quiserem acumular as funções docentes que desempenham com o exercício de actividades de formação profissional em centros do Instituto de Emprego, o limite fica-se nas quatro horas lectivas. E quanto a explicações fica claro que um professor nunca poderá cobrar um serviço deste tipo a um aluno da sua turma, da sua escola ou sequer do agrupamento em que o estabelecimento de ensino está integrado.
Os professores que dão aulas no ensino público não podem acumular essa actividade com outras de conteúdo semelhante, como a "prestação de serviços especializados do apoio e complemento educativo, de orientação pedagógica ou de apoio sócio-educativo e educação especial", se estas se dirigirem aos alunos do agrupamento ou da escola onde exercem o seu trabalho principal. É o caso, por exemplo, das explicações.
Na lista dos impedimentos o projecto de diploma acrescenta mais duas situações em que não são permitidas acumulações. É o caso dos professores que invocam motivos de doença para ser destacados noutras escolas (por condições específicas).
Os docentes também não podem prestar "actividades de consultadoria, assessoria, marketing ou vendas em empresas fabricantes, distribuidoras ou revendedoras de material didáctico ou outros recursos educativos, incluindo editores ou livreiros de manuais escolares, e em associações representativas do respectivo sector".
26/07/2005
Portugal tem falta de licenciados
Fonte: Rádio Renascença Online
26-07-2005/22:27:00
Os dados do Relatório Números Chave para a Educação na Europa 2005, realizado em 30 países revelam que Portugal é o país com menos percentagem de pessoas que concluíram a licenciatura.
Ao contrário do que muitos pensam, Portugal não é um país de "doutores e engenheiros", já que apenas 15 % dos portugueses entre os 30 e os 34 anos concluíram um curso superior.
Números baixos se pensarmos que na maioria dos países europeus, uma em cada três pessoas é licenciada, como é o caso da França e de Espanha.
Entre os 20 e os 24 anos, mais de 55 % cento dos portugueses não apresentam habilitações que permitam o ingresso no Ensino Superior.
Segundo este estudo, 20 % dos jovens que abandonam a escola entre os 15 e os 24 anos estão no desemprego.
O emprego é também um dos principais problemas dos jovens licenciados, pois apenas metade jovens licenciados entre os 25 e 34 anos encontra um emprego dentro da área de formação.
Este estudo revela ainda, que nas escolas portuguesas 60 % dos computadores estão ligados à Internet, um valor baixo que só é batido pela Eslováquia. Nas escolas portuguesas há um computador para cada 16 alunos, a média europeia é de um para 10.
O número de alunos no Ensino Superior subiu dois por cento entre 1998 e 2002, e, seguindo a tendência dos últimos anos, há mais mulheres no Ensino Superior do que homens.
Uma hipótese académica
os "antigos" horários tinham 22 h , das quais em alguns/muitos apenas 15h correspondiam à componente lectiva. Por exemplo, o titular do horário poderia ter 5 turmas com 3h/semana (15 tempos lectivos) mais 2h de redução por idade,3 horas na sala de estudo e 2h como director de turma.
AGORA, o mesmo professor terá as 3h de sala de estudo marcadas como componente não lectiva, o que significa que terá de passar a ter 6 turmas com 3h/semana. Isso significa que, nessa escola, passará a haver MENOS uma turma para atribuir a um horário de contratação.
Logo, um eventual horário para contratação de 10h seria reduzido a 7h SE esse for o único prof a ceder horas, o que dificilmente será o caso. É que na maior parte dos casos todos os professores perdem uma, duas ou três horas - horas essas que se se reflectem nos horários para contratação.
Claro que a situação será mais crítica, a meu ver, nos grupos que tradicionalmente têm mais cargos e tarefas distribuídos.
23/07/2005
18/07/2005
A propósito das negativas a matemática...
É preciso interromper este ciclo.
Está também nas nossas mãos.
Tenebroso
17/07/2005
O que diz o Presidente
Carta Aberta ao Primeiro Ministro
15/07/2005
Expliquem-me isto, pf
Por falar nisso: será a falta de Ordem?
(P.S. Não argumentem com a liberdade de cada um escolher o curso que quiser, mesmo sabendo que não tem saída profissional. Nesse caso, não deveria haver numerus clausus - é assim que se diz? - em nenhum curso. Quantas pessoas com vocação para tal são impedidas de ser médicas? Respeitar a liberdade de escolha implica abrir todos os cursos...)
14/07/2005
Aos contatados e desempregados deste país
Notícia DN: DN_ONLINE Escolas vão definir tarefas de docentes fora da sala de aula
Notícia DN:Escolas vão definir tarefas de docentes fora da sala de aula
Já não há quem nos defenda? A FNE é um sindicato ou uma associação de socorros mútuos?
Correio dos leitores: A opinião pública
A grande maioria dos alunos não trabalha, não estuda e nem a visitas de estudo (mesmo que sejam mais passeio, como uma ida ao Jardim Zoológico, Zoo Marine ou afins) quer ir! Estratégias como pintar, desenhar já são consideradas uma “seca” …comentário mais ouvido: “ ’borrece-me!”. Gosto do que faço, mas confesso que estou cansada, muito cansada, de ouvir uma contínua desconsideração pelos professores e o mais triste é verificar que a desconsideração começa na tutela. Sei que se disse, e estou a falar do presente (!), que se sabia que havia professores que trabalhavam muito para além das 35 h, mas que também havia muitos que não trabalhavam. Resultado: apliquem-se as medidas…! Não se disse, sancionem-se os que não trabalham! O que se disse foi “Espete-se” então com mais trabalho para cima dos que trabalham! E porquê? Para aumentar a qualidade? Não! Para calar a opinião pública, para calar os EE que, no 1º Ciclo, ficam descansados com o local
onde "largam" os filhos, para dar uma ideia de exigência, aumentar o desemprego e poupar meia dúzia de tostões que bem caros talvez lhes venham a sair – continuam, ao fim de tanto ano, a desinvestir no ensino. Já viram as consequências, mas ainda não aprenderam. Todas (ainda que poucas) as medidas que alguma vez se fizeram e realmente resolviam problemas dos alunos foram ”PROÍBIDAS", apenas e só porque custavam dinheiro! Tenho de perguntar: quantos ministros da educação tivemos desde 75? Quantas reformas ou pseudo houve? Quantos métodos se pretenderam implementar? Que avaliação se fez de cada um deles? Só este ano é que a Gestão Flexível foi alargada ao 9º ano em todas as escolas e já houve alterações, antes mesmo de ter chegado ao 9º ano! Digo mais: outras garantidamente se preparam! Quantas vezes se ouviram os professores sobre tudo o que se tem feito? Nunca! A única vez em que isso foi feito foi exactamente em 1996 (antes da implementação da Gestão) e não passou de um enorme, imenso, embuste! Quantos ex-ministros da educação estão neste governo e porquê? Professores revoltados por injustiças contínuas nenhum bem trará. Na Função Pública, precisavam de uma classe fácil de atingir – foi a nossa.
13/07/2005
Em vias de extinção
Os horários vão ser reformulados: os professores passarão 28 horas na escola, diz a ministra. . E o nick "David Lloyd George adianta, no fórum Educare, que após uma análise exaustiva ( grupo independente de qualquer cor partidária e de qualquer sindicato) das escolas EB2/3, EB2,3/Sec, EB3/Sec e ESec concluímos que deixaram de existir perto de 12800 horários pelos diferentes grupos excepção feita para os grupos 24,39 ( cujos grupos pouco serão afectados por estas medidas. os grupos mais afectados serão 01 até ao 05 (2ºciclo)do 3º ciclo/ Secundário 11,15,16,17,18,19,20,21,22,23,25,26. Esta análise não é feita por nenhuma entidade mas sim por um grupo de cinco professores contratados que analisaram a totalidade das escolas tendo em atenção as listas de colocação de 2004/2005 e as listas de entrada de docentes nas escolas no ano 2004/2005. Tendo em atenção as diferentes medidas anunciadas o número apontado é uma estimativa mas poderá variar entre 10000 a 15000 os horários que irão desaparecer só este ano.
Portanto,...
12/07/2005
Participação dos cibernautas
Más notícias
Post de uma cibernauta
Estimado Colega
gostaria de contar com o seu blog para esclarecer centenas de colegas que vão permanecer eternamente contratados no 2ºCiclo, sendo ultrapassados por centenas de professores, na sua maioria, com classificação inferior.
A questão: Quem são os professores com habilitação profissional para o 2ºCiclo (desde LP até Ed. Física) que são colocados no 1ºCiclo?
A resposta:Nos concursos anteriores, os que tinham uma graduação profissional baixa o que não lhes permitia ter acesso a um horário no 2ºCiclo. No actual concurso, todos os professores que já perceberam que a passagem durante 1 ano no 1ºCiclo dá acesso, quase sempre, a 1 lugar de QZP ou QE do 2ºCiclo.
Vejamos a situação do 4ºGrupo (Matemática e Ciências da Natureza), após a análise das Listas Definitiva de Graduação e de Colocação, dos concursos de professores 2004/2005 e 2005/2006, verifiquei que um grupo com cerca de 150 professores provenientes do 1ºCiclo, na sua maioria com classificação profissional inferior ao dos primeiros candidatos do concurso externo, ter obtido lugar no QZP e QE, em zonas e escolas para as quais estes contratados tinham concorrido.
Muitas questões se levantam:
Será esta uma situação justa? Um ano no 1ºCiclo apresenta maior valor profissional do que 10 anos de contrato sempre no 2ºCiclo?
Será que o princípio da igualdade que deve reger um concurso está salvaguardado?
Porque motivo os sindicatos não querem interferir neste processo? Terão contribuído para ele?
Será este um dos motivos que influencia negativamente a qualidade de ensino no 1ºCiclo? Que eu saiba os professores, p. ex. de EVT nunca tiverem durante o seu curso, disciplinas específicas de Did. da Língua Portuguesa nem de Did. da Matemática!
Sugestão: Quem tiver nesta situação, envie um pedido de esclarecimento à Sr.a Ministra da Educação, apresentando o seu caso e comparando-o se possível com em que a situação apresentada se verifique. Só deste modo, esta situação inacreditável pode chegar ao conhecimento a quem pode modificar as leis que regem o actual concurso.
Participação dos leitores
10/07/2005
Assim [não] se investe em Educação
Portugal corre o risco de ser excluído do programa Tech to the Future financiado pela Intel. De acordo com a edição do Expresso de sábado, uma fonte da companhia americana manifesta estranheza face à ausência de resposta do Governo para avançar com este projecto que "tinha sido assinado pelo ex-ministro da Educação David Justino"
08/07/2005
Uma boa notícia
Mais protestos
Regimes especiais na Função Pública
07/07/2005
Mais horas?
06/07/2005
Desdobramento de Turmas
Educação e Formação de adultos
05/07/2005
Atenção desempregados:
Desterrados
Greve? LISTA NEGRA, JÁ!
04/07/2005
Professores e Turismo
Seria talvez conveniente fazer notar que para que a oferta seja qualificada é necessário, precisamente, proceder à sua qualificação. E essa qualificação faz-se, ao nível do pessoal, através da formação profissional.
Queria eu saber como pode o país ter um sistema de formação profissional completamente desestruturado e, mesmo assim, clamar pela necessidade "imperiosa" de qualificar as nossas capacidades económicas.
Estou certo que os milhares de profissionais de educação e formação desempregados ou em situação instável não se importariam, num gesto patriótico, de dar uma ajuda para essa qualificação. Não será?
02/07/2005
O País do Sol Egoísta.
Porque nenhum país pode ser pátria se o sol trata uns com carinho e outros com desprezo!
Porque nenhum país pode ir mais longe se o sol quando nasce não é para todos...
Não termino esta história hoje...talvez porque aínda tenha uma pequena réstia de esperança que um dia o meu país vá dar a volta por cima e tornar-se na "potência mundial" que merece!!
Hoje o fim seria obrigatoriamente triste, e para tristes já chegam os meus dias, por isso terminarei um dia, quem sabe...quando os contratados não forem olhados e tratados como necessidades não permanentes e quando eu, que sou contratado há 11 anos, já tiver o meu lugar ao sol e já não houver zonas semi-obscuras no meu país!!
União
Recuemos um ano: "Um país com um milhão de analfabetos não se pode dar ao luxo de ter cerca de 30 mil professores e educadores não colocados, e vários milhares em situação de enorme precariedade", Pode ? Recuemos um ano : O número de professores desempregados poderá chegar aos 40 mil no início do próximo ano lectivo Chegou ? frases retiradas do Sindicato de Professores da Região Centro. Este ano, 2005, Grupos sem entrada para o quadro : grupo 4 -zero vagas ; grupo 9 - zero vagas ; grupo 14 - zero vagas ; grupo 22 - zero vagas ; grupo 23 - zero vagas ; grupo- 29 - zero vagas ; grupo 33 - zero vagas ; grupo 34 - zero vagas ; grupo 36 - zero vagas. Alguêm acredita nestas zero vagas ou ACREDITA ANTES QUE O NOSSO ESTADO RESERVA ESTAS VAGAS PARA OS "reles contratados", pois assim paga-lhes menos e sabe que têm menos poder reivindicativo junto das organizações que os podem representar (sindicatos) . Não estará chegada a hora de união entre professores sem quadro e com quadro, para tornar um ensino melhor. Se assim não for eu continuarei a ser aquilo que o estado chama há onze anos, repito, onze anos, uma necessidade não permanente !!!! Uma necessidade não permanente há onze anos?!?!?!Eu acho que chegou a hora! E tu?
Incapacitados nos museus
Mas já que se fala de medidas de requalificação profissional, cá ficamos à espera de medidas sérias para fazer o mesmo relativamente aos contratados, desempregados e licenciados que se meteram nesta alhada. Ainda que o sonho de todos seja exercer funções docentes, digo eu que sempre é melhor ter um emprego do que não ter nenhum. Digo eu...
A verdade do ensino
"É inquestionável que os professores sofrem as consequências da crise global que afecta todo o sistema de ensino e que tem como causa próxima as políticas educativas seguidas nos últimos anos, em Portugal e em todo o mundo ocidental. Como escreveu António Teodoro - em local e momento que não sei precisar -, «os professores acrescentaram à sua função tradicional de transmissores de conhecimentos a de animadores culturais, de assistentes sociais, de responsáveis administrativos e políticos.
Esta concepção multifuncional dos professores traduziu-se num factor de perturbação, transformando os professores em verdadeiras criadas para todo o serviço». Esta concepção aliada a valores que invadiram a escola e que transformam o trabalho docente. em nome do sucesso educativo, numa «taylorização camuflada» criaram uma evidente crise de identidade, de gosto e de prazer pelo exercício da profissão. O que existe é insegurança, desconforto e mal-estar.O professor viu desvalorizados os
conteúdos culturais e formativos das respectivas disciplinas, a primeira razão de ser da sua profissão, em nome de um pedagogismo falacioso, e caiu no logro de passar «a viver» a escola. Que se traduziu em passar lá mais tempo a fazer um pouco de tudo e a ensinar cada vez pior. Como se isto não fosse já suficiente, viu as suas condições de trabalho piorarem, o seu sistema remuneratório ser progressivamente desvalorizado, as escolas serem transformadas em locais de violência, e alunos, pais e administração a exigirem-lhe cada vez mais, quando não a responsabilizá-lo por as coisas não correrem bem. «O professor mal pago, isolado, denegrido e humilhado, quer pelos alunos, quer pela hierarquia interiorizou esta sua condição e despreza o seu próprio trabalho»12. E contrariado, é obrigado a participar em infindáveis reuniões para tudo e para nada. A fazer actas.A fazer planificações (a longo, médio e curto
prazo) que quase sempre se transformam em meras idealizações que a prática concreta não confirma. A definir objectivos, os quais têm que ser gerais e específicos e obedecera uma nomenclatura especializadíssima. A fazer avaliações as quais deverão ser formativas, sumativas e globais. A fazer matrículas. A organizar as turmas. A
contabilizar as faltas dos alunos. A preencher pautas, fichas, parâmetros e outras papeladas. A elaborar horários. A decorar a escola. A pintar campos de jogos. A fixar cabides em balneários. A recuperar material. A organizar o inventário. A receber os pais. A dar mais atenção aos filhos dos outros que os próprios pais lhes dão. E finalmente, também, a dar aulas. E aqui, a dispor de estratégias de remediação para
tudo, em nome, de uma eventual «ciência» educativa. Ou seja, a dar valor e importância a aspectos secundários e em alguns casos dispensáveis da acção docente e a se não dedicar ao essencial: a matéria de ensinar. não dedicar ao essencial: a matéria de ensino e o acto pedagógico. A extensão e a consequência desta situação está à vista de todos: transformados em «pau para toda a obra» têm do exercício da profissão uma imagem que não está apenas desvalorizada aos «olhos dos outros»: ela
está também instalada no seio dos professores. Basta para tanto que os oiçamos. E se possível, contabilizemos, quantos não mudariam rapidamente de profissão se acaso a oportunidade surgissel3. E quantos outros, não encontram em outras actividades profissionais exteriores à Escola, a compensação profissional que aquela lhe não oferece. Esta crise é geral, e afecta naturalmente e também os professores de Educação Física. E estes, tais como os restantes, são chamados a lutar pela alteração deste estado de coisas. Desde logo, recusando a funcionalização dás suas tarefas profissionais. Mas igualmente revalorizando o essencial das suas profissões: as matérias que têm para ensinar.
A Ministra disse...
De resto, anunciou aquilo que parece ser a fusão dos Quadros de Escola e Quadro de Zona num único critério de ordenação. Sobre contratados e desempregados, nada mais há a registar, motivo pelo qual apenas posso recomendar este link, com uma reflexão muito bem conseguida disponibilizada por f..., participante do fórum Educare.
01/07/2005
A Fenprof e as vinculações dinâmicas
Sindicato de Professores do Norte
Os professores trabalham pouco...
O fim das remunerações nos estágios pedagógicos.
Uma pergunta (enviado por e-mail aos sindicatos)
Leio ainda no site da FENPROF que "Os professores com redução da componente lectiva por antiguidade não terão qualquer nova redução pelo desempenho de cargos. Esta alteração, para além de criar desigualdades entre os professores, agrava, de facto, a componente lectiva dos docentes que já usufruem de reduções."
Estranho que não haja a este propósito nenhuma palavra sobre as consequências desta medida sobre os contratados - ou seja, a sua eliminação pura e simples. Em contrapartida, a referência à situação dos trabalhadores não-docentes a par do insustentável silêncio relativamente aos contratados e desempregados parece constituir uma absoluta falta de respeito para com os professores que não pertencem aos Quadros.
Gostaria portanto de saber quais são as medidas que a FENPROF e a FNE pretendem apresentar e/ou exigir do governo relativamente aos professores contratados, bem como saber quais as diligências que têm sido tomadas nesse sentido."
Obviamente, fico à espera sentado.
Futuros desempregados
As medidas do Ministério
Como se não bastasse, també se acaba com o ensino do Português no estrangeiro.
Mais (!) preocupante a longo prazo é isto:
"a) Combater o insucesso escolar no ensino superior;
b) Concentrar a actual multiplicidade de cursos de baixa frequência;
c) Não criar qualquer nova escola superior;
d) Avaliar criteriosa e selectivamente a necessidade excepcional de novas infra-estruturas;
e) Rever os estatutos das carreiras docentes"
f) Reforçar as condições de governo de universidades e politécnicos, com acompanhamento externo.
Se continuam com esta vontade toda, até tenho medo do que possa vir aí...
Professores, os Privilegiados
Todos os anos mudo de escola: quando me começo a habituar ao sítio onde estou, já estou de partida. Os meus alunos perguntam-me se serei professor deles no próximo ano: respondo-lhes que não sei, sequer, se serei professor novamente na vida. No dia em que efectivar, se for vivo quando lá chegar, terei de partir para a diáspora: migro para uns valentes 200 ou 300 km de distância, na esperança de conseguir uma escola ao pé de casa - a uns 45 km, como actualmente - quando já for velhinho.Desde que comecei a leccionar já dei mais de 20 níveis diferentes, o que dá uma média de 2 níveis novos em cada ano. Já nem tenho espaço no escritório para tantos dossiers...
A cada semana que passa dou 20 horas de aulas, distribuídas por 6 turmas e 150 alunos. Para cada hora de aulas preciso de pelo menos outra hora para as preparar. É que, como imaginarão, não vou às aulas sem saber o que vou lá fazer... Se mandar os meus 150 alunos fazer um trabalho de casa por semana e os corrigir em casa, precisarei de pelo menos 10 minutos para corrigir cada um: ou seja, corrijo 6 trabalhos por hora. Logo, numa semana passo 25 horas a corrigir trabalhos e/ou testes. Dando 20 horas de aulas por semana MAIS 20h para as preparar MAIS 25 para corrigir trabalhos, descubro que trabalho pelo menos 65 horas por semana, ainda que a Senhora Ministra me enfie pelos ouvidos que trabalhamos, nós, os privilegiados, apenas 35 h por semana. E nestas contas não estão as duas horas diárias em viagem, nem as duas horas de almoço, nem os tempos mortos que passo na escola,sem sítio para trabalhar.
Tenho rendimentos "obscenos". Como estou o índice 151, ou seja, em situação de pré-carreira, ganho (líquidos) €1000/mês, qualquer coisa como 250€/semana. Trabalho à volta de 65 horas por semana; isso significa que recebo do Estado qualquer coisa como 4 euros por hora. Não tenho empregada doméstica porque elas ganham mais do que isso a cada hora que passa. Os meus colegas que fizeram uma licenciatura noutra área qualquer, que são tão licenciados quanto eu, gabam-se de ganhar pelo menos o dobro do que eu ganho. Fico feliz por eles, mas não é com isso que encho a barriga. O meu automóvel tem 7 anos, é um Punto dos mais baratitos e não tenciono mudar tão cedo porque não tenho dinheiro para comprar outro. E mesmo que o tivesse, não sei se estarei empregado daqui a 3 meses. Sou, portanto, um privilegiado.
A minha esposa também é professora. Residimos, enquanto contratados, no Porto. O problema é que no meu grupo disciplinar só é possível efectivar se for para o Alentejo durante dois anitos, depois para a Serra da Estrela, por fim Bragança, Vila Real até chegarmos a Amarante, a apenas 50 km, altura em que me sentirei realizado: estarei perto de casa!!! Como não é possível irmos juntos nessa aventura, já combinamos: eu vou para o Alentejo; depois vai ela, quando eu estiver em Bragança; encontramo-nos a meio do país, no Entroncamento; dividimos os filhos a meias e, quando tivermos 50 anos (temos 30 e poucos nesta altura) voltaremos a ter vida conjugal. Só tenho algum receio de não me lembrar da cara dos meus filhos, se por acaso os encontrar em algum comboio intercidades...
Chego a esta conclusão: para quê dar o litro pelo ensino, se o ensino não me dá nada a mim? Não sou um missionário! Sou um profisssional de educação - e isso significa que também tenho barriga! Já me basta ter de aturar "colegas" que não me respeitam, criancinhas birrentas mal educadas pelos pais, Pais que nunca o deveriam ter sido pois não assumem as suas responsabilidades, edifícios degradados em que nem giz tenho para escrever no quadro, ...
E ainda há quem pense que os Professores são privilegiados?