04/07/2005

Professores e Turismo

O Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, afirmou hoje que é necessário revitalizar o turismo em Portugal, dado que grande parte constitui "oferta não qualificada".

Seria talvez conveniente fazer notar que para que a oferta seja qualificada é necessário, precisamente, proceder à sua qualificação. E essa qualificação faz-se, ao nível do pessoal, através da formação profissional.

Queria eu saber como pode o país ter um sistema de formação profissional completamente desestruturado e, mesmo assim, clamar pela necessidade "imperiosa" de qualificar as nossas capacidades económicas.

Estou certo que os milhares de profissionais de educação e formação desempregados ou em situação instável não se importariam, num gesto patriótico, de dar uma ajuda para essa qualificação. Não será?

2 comentários:

Rui Areal disse...

esse tipo que é presidente tem demonstrado uma insensibilidade atroz para com os professores. Auando estavamos em plena crise de colocações o ano passado disse « resolvam lá os vossos problemas que o importante são os alunos». Pois. Os professores são apenas meios para atingir fins. São aparelhos mecânicos, ou electrodomésticos. Depois foi o Golpe de Estado encapotado, que até retirou do poder uns inaptos. O pior foi o objectivo do golpe: colocar no poder outros inaptos. Agora mais recentemente diz que devemos trabalhar tanto como na finlandia e mente afirmanda que lá os professores trabalham mais do que os mineiros ucranianos ou chineses.
Diz agora que é preciso mais qualificação. Será que falou de nós, professores? Será que se lembrou dos milhares de professores contratados, que são os melhores do país e os mais maltratados?
Apetece-me ser deselegante e ordinário. Só não o sou porque estou demasiado cansado e desiludido para encontrar energia para vociferar os impropérios que esse tipo merece ouvir.

Rui Areal disse...

Há! O «resolvam lá os vossos problemas» era dirigido aos sindicatos e ao ministério. Como se o problema de ficar sem colocação, ou a 200 km da escola onde justamente deveriamos ter ficado colocados, fosse um problema de somenos importância.
Não há pachorra!