18/01/2009

Greve

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Não se esqueçam de que amanhã é dia de greve.

O que está em causa não é unicamente a avaliação. Isso foi apenas a gota de água que fez transbordar o copo, foi apenas o momento em que a maioria de nós percebeu o que estava a acontecer. O que está em causa é o Estatuto e as negociações que vão começar esta semana.
Lembro que se este estatuto se mantiver a maioria dos professores terá entre 35 e 40 anos e manter-se-à no 5º escalão. Poucos irão além do 7º escalão e para isso terão que esperar que todos os que agora se encontram nos 8º, 9º e 10º escalões se reformem. A maioria só se reformará com 65 anos... muitos com 67 anos, pois só nessa altura completarão o temp de serviço, o que quer dizer década e meia presos nos escalões em que quase todos se encontram de momento. Quanto aos contratados, cada vez serão menos os lugares para contrato, porque cada vez é maior a carga dos outros e por isso cada vez é maior a redução de horários. Isto será visível logo após este concurso.

Como já devem ter percebido nada disto me afecta directamente, nem a avaliação, nem os concursos, nem o ECD me atingem especialmente. Não o fazem na minha carreira profissional, mas fazem-no à minha dignidade profissional, fazem-no àquilo porque lutei durante toda a minha profissão. Sim porque para quem não saiba, tudo o que temos hoje e que, de há 3 anos para cá, nos têm tirado, foi arrancado a ferros. Custou-nos muitas lutas, muitas greves, muitas reuniões, algumas perdas, muitos dissabores... mas conquistámos alguma dignidade, algum reconhecimento, algum respeito. Tudo isso nos está a ser (foi) tirado neste momento.

Não nos podem acusar, sistematicamente, dos resultados catastróficos das políticas ministeriais porque foram constantemente avisados dos problemas a que conduziriam. E os resultados não foram piores porque os professores, nas escolas, conseguiram, "dar a volta" a muitas das directivas ministeriais. Por isso não nos culpem do estado da educação. Todos sabemos que existem professores menos bons e que existem professores excelentes (esta dicotomia acontece em todas as profissões). Todos sabemos quem são. Como já referi noutros textos, não é este modelo de avaliação que o vai aferir!

Se baixarmos a cabeça, neste momento, se nos colocarmos à mercê de tudo o que até hoje foi legislado por este governo, nunca mais levantaremos a cabeça.

Da última vez que cedemos, demorámos 5 anos para recuperar ... e tratava-se apenas da divisão da carreira em duas!
Desta vez, trata-se de tudo! Quanto tempo demoraremos a recuperar? Que legado deixaremos aos professores ainda no início, e aos futuros professores?
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1 comentários:

SL disse...

Obviamente, estou em greve. Uma vez mais, e sempre, na expectativa de que as políticas para a educação sejam drasticamente alteradas.

Esta gente não serve, porque esta gente não presta. O único bem que podem fazer a humanidade é a sua saída de cena, tão rapidamente quanto possível. Adeus, e não voltem mais.