10/08/2005

Início do ano lectivo está em causa?

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) alertou hoje que o fim dos contratos de trabalho de 5500 trabalhadores não docentes das escolas portuguesas a 31 de Agosto poderá pôr em causa a abertura do próximo ano lectivo.

A 31 de Agosto expiram os contratos a termo certo de 5500 trabalhadores não docentes. Esta situação, receia a FNE, pode comprometer a abertura do ano lectivo nos ensinos pré-escolar, básico e secundário
. Até aqui, tudo bem. A FNE faz muito bem em avançar com estes problemas. Só não entendo a razão pela qual não avança com a hipótese de alguns milhares de contratados ficarem igualmente desempregados já este ano; ou com a autêntica loucura que é enfiar os professores (todos!) na escola 28 horas por semana sem que existam, por comprovada evidência, as mínimas condições de trabalho - terminais para computadores, bancadas de trabalho, mesas e cadeiras.

Enfim. Custaria muito à FNE lembrar-se de vez em quando dos contratados?



3 comentários:

Anónimo disse...

A questão das 28 horas nas escolas não diz respeito apenas aos professores contratados. As condições de trabalho também não. A incógnita quanto ao local de trabalho também não.
TODOS os problemas de classe dizem respeito a TODOS os professores. Mas... Infelizmente parece que não. Infelizmente parece não haver sentido de classe.
Vejo todos muito calmos com o maior ataque alguma vez feito aos professores no pós 25 de Abril! Quiçá desde os anos de Carneiro Pacheco... Vejo todos muito mais preocupado com o facto de poder chover e estragar as férias...
E quando digo TODOS é mesmo TODOS! Incluo TODAS as organizações sindicais de quem se espera que defendam os superiores interesses, se não de TODOS os professores, pelo menos dos seus associados. Ainda me sinto humilhada quando me lembro da triste figura do representante da FENPROF no debate com a ministra... É uma imagem que não me sai da cabeça! Só serviu para eu ter a certeza de algo que há muito suspeitava. O reconhecimento de direitos que os professores conseguiram não foi fruto do trabalho dos sindicatos. Foi fruto da luta dos PROFESSORES. Os sindicatos 'apenas' tinham força para mobilizar os professores. Agora nem isso têm!
Bom, tudo isto para te dar razão. Tudo isto para dizer que não podemos deixar os nossos problemas nas mãos de organizações de docentes que estão mais preocupados com os problemas de não docentes. Temos que lutar com as nossas próprias mãos. Espero que não seja tarde de mais. Deus nos livre das negociações feitas pela FNE e pela FENPROF!!!! O resultado está à vista com o novo ECD... Não tiveram força para lutar contra a maré! Não tiveram força para mobilizar os professores! Não tiveram força para contrariar o 'cada um olhar para o seu próprio umbigo'! Que saudades do António Teodoro!
E termino com uma pergunta: Custaria muito à FNE e à FENPROF lembrarem-se de vez em quando dos professores?

M

PS. Quando reli o que escrevi, vi muita revolta. Ainda não estou azeda nem amarga, embora possa parecer. Mas caminho para lá a passos largos...

Anónimo disse...

e dos quadros de escola afastados centenas de Km da sua área de residência?

Anónimo disse...

Bom, a esses (quadros de escola) a centenas de Km de casa... nem sei que diga. Têm, com toda a certeza, um lugar guardado no céu!!! Mas é muito penar na terra... Penso ser um caso extremo, mas viram o prof que dorme (com a ajuda de muiiiiitos kainever) num CARRO?!?!? E olhem que está numa região em que as temperaturas negativas são vulgares... Será admissível????
E nós, com 20 (VIIINTE) e mais anos de serviço que continuamos a pertencer aos qzp só porque o ME não abre o quadro de escolas onde são SEMPRE necessários professores... Será admissível????
E os nossos colegas com 36 e mais anos de serviço que não se podem reformar apenas porque no final das suas carreiras uma ministra, professora de gabinete e, claro, referigerado, decidiu que quer trabalhar até aos 70... Será admissível???? Dava-lhe 3 dias numa escola qualquer deste nosso país... e não era necessário ser uma escola problemática tipo Cova da Moura ou Bairro do Aleixo... uma escola normal... até uma escola modelo...
E os colegas contratados a concorrer para tudo que é sítio, ilhas e 'arredores', e o que têm mais certo é ficarem no desemprego... Será admissível????
Beeeem, estamos de rastos!!! Batemos no fundo...

M