30/08/2005

Professores no desemprego

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) considera que a redução do número de contratações de professores nas listas de colocação divulgadas hoje reflecte as medidas anunciadas pelo Ministério da Educação.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, afirmou que as escolas "requisitaram um menor número de professores" devido às medidas que a tutela anunciou para o próximo ano lectivo, como a reorganização do horário escolar.

De acordo com as listas de colocação hoje publicadas (um dia antes do previsto), apenas foram contratados 10.039 dos cerca de 50 mil candidatos que não pertencem aos quadros do ministério.

Face a estes números, o sindicalista alerta para o subdimensionamento dos quadros das escolas, "porque o número de professores colocados está abaixo do esperado”.

Sobre a forma como decorreu o concurso de colocação, o sindicalista referiu que "decorreu incomparavelmente melhor que em 2004 até porque o ano passado se cometeram erros irrepetíveis e inimagináveis". Contudo, João Dias da Silva lamenta que “apenas um terço dos professores do sistema tenha sido colocado e que ainda estejam por colocar docentes a quinze dias do início do ano lectivo", referiu João Dias da Silva.

Para o arranque do ano lectivo, o secretário-geral da FNE antevê algum "desânimo e desmotivação" por parte dos professores, por causa das medidas que a ministra da Educação anunciou, nomeadamente, o congelamento temporário das progressões automáticas ou o aumento da idade de reforma, que abrange todos trabalhadores da Função Pública.

"Não estão em causa muitas das medidas, mas sim a forma como o ministério procedeu, sobretudo nas negociações com os sindicatos", acusou João Dias da Silva.

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