O Estado poderia poupar mais de um milhão de euros se fizesse a contratação directa, pelo Ministério da Educação, de professores de inglês (grupos em que existem 4 336 docentes desempregados) para o ensino desta língua no ensino básico, garante a Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL).
O ministério optou, no entanto, por fazer com que "o inglês no primeiro ciclo passe para as mãos das escolas de línguas" - não acautelando a situação dos desempregados e, simultaneamente, desperdiçando recursos humanos qualificados -, o que representa um acréscimo substancial da despesa.
Baseada num estudo sobre a matéria, inquirindo 80 das 222 autarquias que já tinham assumido o programa, a ASPL denuncia que o ministério disponibiliza cerca de 19 milhões de euros (cem euros por cada um dos cerca de 190 mil alunos envolvidos), quando lhe bastaria, se recorresse aos professores desempregados e/ou subaproveitados, despender menos um milhão de euros, pelo menos, já que as contas da associação não consideram subsídios de desemprego de muitos destes professores desempregados.
A questão, sublinha ainda Maria Martins, vice-presidente da ASPL, não deve ser reduzida ao aspecto meramente económico, porque, com esta atitude, a tutela está a agravar o desemprego e a promover a privatização da educação, pois 30% das autarquias estão a utilizar professores dos institutos privados para leccionar inglês ao primeiro ciclo, revela o estudo.
A disparidade de vencimentos é outro dos reflexos do "descalabro, desresponsabilização e desarticulação" do ministério na implementação deste programa, acusa a ASPL, questionando se a tutela sabe que um docente de inglês pode receber sete ou 15 euros por hora e se já averiguou as causas.
20/10/2005
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1 comentários:
1º - veja-se o caso do concelho de lisboa e registe-se o facto de quem "ganhou o privilégio" de ser o responsável pelo inglês das escolas do 1º ciclo - depois pergunte-se porque está a ser atribuído aos institutos de línguas. Quantos mais casos de "coincidência haverá como este? 2º- o meu concelho não "acedeu ao convite do ME", no entanto as escolas do 1º ciclo têm inglês .... pago pela DREL!!!!!
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