Encontrei este texto na Tribuna livre do Diário de Notícias. Foi escrito pelo nosso colega José Couto deTavira.
Achei que devia transcrevê-lo para aqui para que todos o pudessemos ler.
"Já estou saturado de ouvir e de ler que os professores, que passaram a ter a sua progressão "congelada" a partir, de 29 de Agosto último, progridem automaticamente. Isto, para além de ser uma falsidade, é um autêntico acto de desinformação da opinião pública. Então, para informação dos interessados, repare-se no que é necessário para o professor progredir na carreira, isto é, para subir de escalão:
1. O professor tem de frequentar acções de formação contínua em horário pós-lectivo/pós-laboral, numa relação de tempo/créditos de 25 horas/um crédito.
Eu, por exemplo, fiz nos últimos três anos cem horas de formação, com aproveitamento, para obter os quatro créditos que, após quatro anos de permanência no 5º escalão, me poderiam dar (agora já não ... ) a possibilidade de almejar a subida ao 6º escalão, em 2006.
2. O professor tem de elaborar, e apresentar ao Conselho Executivo, . para ser avaliado, um relatório crítico relativo ao seu desempenho como docente e ao seu desempenho de cargos - como director de turma/ano, de instalações; como coordenador de estabelecimento, de departamento, de conselho de docentes, de conselho de docentes de articulação curricular, da educação pré-escolar, dos directores de turma, de projectos, da biblioteca escolar e do centro de recursos, do desporto escolar, dos apoios educativos; como presidente da assembleia, do conselho pedagógico; como membro do grupo de trabalho do projecto educativo de agrupamento, do grupo de trabalho do projecto curricular de escola, do grupo de trabalho para o plano anual de actividades, da secção de avaliação, da secção científico-pedagógica, da secção de acompanhamento e avaliação dos cursos de ensino e formação e dos currículos alternativos; como assessor – com referência a todos os projectos e actividades em que esteve envolvido – clubes temáticos (de leitura, de informática, de jardinagem, de rádio, de cinema …), visitas de estudo, concursos científicos e literários, torneios desportivos, exposições, filmes e documentários vídeo, projectos de desenvolvimento de competências sociais, de intervenção no espaço-escola e no meio em que se insere a escola, entre muitos outros.
Uma colega minha, por exemplo, depois de ter frequentado, com aproveitamento, mais acções de formação do que aquelas que eram exigidas para a sua subida de escalão (fez mais de cem horas de formação), apresentou com 60 dias de antecedência (como é, quer dizer, era … de lei) o seu relatório de desempenho, que lhe levou duas semanas a elaborar, viu frustrados todos os seus esforços de progressão. A minha colega ficou, assim, tal como a progressão, “congelada”!
De lembrar, ainda, que o professor, para além desse relatório crítico de desempenho (realizado de três em três, de quatro em quatro ou de cinco em cinco anos, consoante o escalão), tem também de elaborar, no fim de todo e cada ano lectivo, relatórios referentes aos cargos que desempenhou e às actividades de enriquecimento curricular que desenvolveu.
Perante tanto cumprimento de exigências, quem é que, a não ser de má-fé, ainda será capaz de propalar que os professores têm progressões automáticas?"
In: Tribuna livre DN de 5 Outubro 2005
06/10/2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário