08/09/2006
Professores portugueses no topo dos vencimentos da OCDE
Os professores portugueses são os terceiros mais bem pagos no ranking dos 30 países da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE),
Tendo como valor de referência o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada país, Ben Jensen disse que, de acordo com dados de 2003, Portugal só é ultrapassado pela Coreia e pelo México.
Os dados relativos a 2004 serão conhecidos na próxima terça-feira, mas, segundo o especialista, são «idênticos» aos de 2003.
Ben Jensen está no Porto a convite da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) para participar no Fórum «Uma visão desafiante para a profissão docente do Século XXI», que hoje decorre.
Em declarações aos jornalistas, o especialista frisou que, «em Portugal, os salários dos professores estão bastante altos», referindo também que, em relação ao número de alunos por turma, o nosso país está igualmente «bem colocado».
Neste parâmetro, Portugal ocupa o 9º lugar na lista dos países com turmas mais reduzidas, tendo em média 20 a 25 alunos.
Contudo, em relação aos níveis de escolaridade, Portugal mantém- se abaixo da média dos 30 países.
Um dos factores que, em seu entender, poderá contribuir para esta realidade é o «contexto social» em que os alunos se inserem.
«Há programas especiais que podem ser implementados, especialmente para os estudantes que estão em desvantagem por causa do seu contexto social» e há, nesta matéria, «inúmeros bons exemplos na OCDE que podem ser seguidos por Portugal», sublinhou Ben Jensen.
Questionado pelos jornalistas, revelou hoje, no Porto, Ben Jensen, responsável do departamento de estatísticas da educação daquele organismo.o secretário-geral da FNE afirmou que o leque salarial dos professores em Portugal é «excessivamente largo», sublinhando que «até mais de meio da carreira, os professores atravessam grandes dificuldades, porque têm de fazer grandes deslocações quando são colocados em escolas muito distantes da sua residência».
«Sabemos que o referencial que a OCDE está a utilizar é o dos professores em topo de carreira, mas não podemos deixar de ter em conta que a generalidade do professores desde o início até mais de meio da carreira tem remunerações muito baixas», disse.
Diário Digital / Lusa
Comentário meu: é injusto. Estou farto de me cruzar com indivíduos que não são avaliados, não são punidos e que, como se não bastasse, ganham muito mais do que eu. Portanto, venham daí exames de avaliação a TODOS os docentes e não apenas para os que entram na carreira.
Hoje mesmo ouvi o representante do sindicato dos magistrados a afirmar que concorda com a avaliação dos juízes. Os sindicatos de professores não têm, infelizmente, a mesma opinião. Tanto corporativismo até chateia...
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16 comentários:
O Min edu prepara-se para não avaliar os professores de QE nos esclões de topo e transformá-los directamente em Professores Titulares. Se o critério é exigência, rigor, etc... porquê ter pena dos «velhadas» e não dos menos velhos? Assim se compram os sindicatos. REPITO: ASSIM SE COMPRAM OS SINDICATOS!!! ASSIM SE VENDEM OS PROFESSORES!!!
Caro amigo, não seja tão violento, eles até fazem manifestações...
PRÓ C%#$#%&% COM AS MANIFESTAÇÔES!!!
Greve às avaliações é a única arma que temos. Os médicos fazem greve a operações que interferem directamente com a qualidade de vida das pessoas e ninguém os acusa de nada....
e nós fazemos greve e somos enxovalhados. PQ? Não estamos bem defendidos. Esses senhores estão apenas preocupados em manter o cu numa cadeira no escritório do sindicato para não aturarem putos. Por isso o MIN EDU tem os sindicatos todos na mão.
A quantidade de descretos ilegais e anticonstitucionais que eles nos impõem é tanta que um advogado recém licenciado e mal pago era capaz de os encostar à parede num tribunal qualquer. PORQUE NÂO O FAZEM!!! PORQUE ESTÃO COMPRADOS.
Greves que façam efeito só às avaliações ou... greves de longa duração. Se uma greve de professores de um dia é irrisória (um dia de feriado para os alunos), uma greve de uma, duas semanas, um mês já poria os nervos em franja ao ME, no mínimo.
miguel
É verdade que a FNE tem um largo historial de fretes aos governos e de acordos que parecem ter sido feitos à medida de seus dirigentes.
Com a Fenprof a história é outra. Erros houve e haverá mas sempre foi um sindicalismo digno desse nome.
Gostava que alguém me fizesse as contas sobre o lugar que a ministra ocupa no ranking dos vencimentos dos ministros segundo os critérios da OCDE
Coreia e México? Belos exemplos realmente... Devem ter incluido no estudo os professores que foram dar aulas de português para o estrangeiro, os ordenados de 4500 euros na Suiça e o subsídio para os PALOP fazem logo a diferença...
Caros:
Estamos de acordo quanto ao facto de serem os políticos principescamente pagos e serem estes indicadores obviamente falaciosos prque tomam a parte pelo todo.
O meu comentário, no entanto, vai noutro sentido: será justo existir um tão evidente desequilíbrio na carreira? Insisto que não. Mas os factos são claros: no topo da carreira, em termos precentuais do PIB -- e faço notar que as contas são feitas de igual modo para todos os países da OCDE -- os professores portugueses são dos mais bem pagos. Não me alegra nada dizê-lo, porque do outro lado da balança estão os professores em início de carreira.
Portanto, insisto uma vez mais: é justo?
Desculpem a obscenidade do "percentuais", que deveria ser "percentuais" como é óbvio. :)
Não é justo para os professores em início de carreira. O leque salarial é enorme. No início os salários deveriam ser maiores e o topo poderia ser mais baixo. A Fenprof sempre defendeu que o leque salarial deveria ser menos largo.
Só que a realidade tem uma história: quando o governo do roberto Carneiro estabeleceu, cedendo bastante aos professores e aos sindicatos, a grelha salarial tinha em conta que existia uma candidatura que era uma prova de passagem do 7ª para o 8º escalão, em que o governo pensava reter muitíssima gente. Pagar muito a poucos e pouco a muitos era bom negócio. Entretanto os profs e os sindicatos com a sua força, ao fim de 7/8 anos conseguiram fazer abolir a candidatura e a coisa complicou-se para os cálculos feitos anteriormente. Agora, esta iniciativa da ministra mais não é do que restaurar, de forma muito mais efectiva, a tal candidatura.
Não há hipótese; nunca iremos a lado nenhum! Estamos sempre com inveja do colega do lado. Eu pertenço à velhada; trabalho faz este mês 22 anos e devia ter passado, há um ano, para o 9º escalão. Não passei e duvido que venha a passar. Os sindicatos somos nós que os fazemos. Sou sindicalizada, desconto todos os meses desde que comecei a trabalhar e nunca me servi do sindicato. No entanto, sinto que ele me representa, mas com pouca força, porque a maioria dos meus colegas só quer ver resultados imediatos sem se empenhar e sem descontar do seu ordenado. Também não faz greve, porque perde o dia, não é? E quando a ministra ameaça, fogem todos com o rabo à seringa. Foi o que aconteceu o ano passado, na altura dos exames, lembram-se? A culpa é nossa! Eu fiz a greve, mas não consegui convencer muitos a fazê-la. Acho que tenho cumprido como professora, nunca falto (é verdade que sou efectiva na escola da minha terra!)e compreendo que os meus colegas mais novos estão muito pior que eu. Mas também era bom que eles compreendessem que não lucram nada se eu perder regalias, da mesma forma que eu não ganho se forem eles a perdê-las. Vamos lá a ver se conseguimos ser solidários e se nos unimos pelo interesse comum. Se quisermos, havemos de conseguir atingir os nossos objectivos. Não se esqueçam: a união faz a força!
Os dados nem sequer são verdadeiros: sugiro que vejam no ensinarnaescola os posts sobre este assunto...
Nós estamos em 20º lugar salvo erro, MAS em 29 países... E esses malabarismos com o PIB são, no mínimo, indecentes.
Cara prof,
Não percebo a sua animosidade contra mim. Para sua informação, estou no esnino pelo 13º ano e até hoje apenas falhei uma greve. As outras, fiz todas. Eu e a minha esposa, o que representa um acréscimo no orçamento familiar. E andei a distribuir panfletos e desdobráveis pela minha escola, à revelia do CE, durante a última greve do ano anterior. Quem foi que lhe disse que quero que perca regalias? O que escrevi, e repito-lhe por mais que lhe seja insuportavel lê-lo, é que é INJUSTO, (leu bem? INJUSTO) que medidos pelo mesmo indicador (e estou a borrifar-me para a questão de o indicador ser falacioso; qualquer indicador estatístico pode ser usado para os fins que mais nos convêm) os professores encontram-se numa situação de óbvia desigualdade na distribuião de riqueza. Quanto à questão da solidariedade: não me conhece de lado nenhum para me estar a dar lições de moral.
mesimoes e henrique:
pois, já sei, os indicadores são falaciosos. Mas é um indicador estatístico e pode facilmente ser usado contra nós. Não me parece que ignorá-lo nos traga grande vantagem argumentativa; parece-me mais importante desmontá-lo, demonstrando como é falacioso; evidenciar outros indicadores que nos sejam mais... favoráveis. A isto chama-se retórica: e infelizmente é assim que vivemos. Não será por aí, pela falta de habilidade retórica, que estamos a perder o jogo?
Prof24, tem razão, não nos conhecemos de lado nenhum e caímos no risco de sermos injustos uns para os outros. Mas a verdade é que os "velhos" de agora também já foram novos e tiveram as suas dificuldades. Mas também é verdade que os "novos" de agora cada vez estão a perder mais regalias e vejo muito poucos a lutarem por algo melhor. O que os "velhos" têm agora é resultado de um espírito reivindicativo forte da geração anterior. Mas também lhe posso dizer que discordo da diferença enorme entre o princípio e o fim da carreira dos professores. Mas,não é retirando aos últimos que se melhora a situação dos primeiros...
porf24, concordo que é preciso desmontar a coisa... :) por isso sugeri que visse aqueles dados disponibilizados pelo Anti-Eduquês, que estavam ali mesmo à mão e me pareceram muito úteis...
pois, e fui de facto atrás deles; mas sabe que essa discussão me parece minada desde o início -- é que ambos os lados da barricada estão a usar como argumentos os indicadores estatísticos que mais convêm. Ora, quando apenas citamos o que nos convém e desrespeitamos ou ridicularizamos tudo o resto, a discussão torna-se inútil, por ser tão obviamente falaciosa.
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