08/10/2005

O exemplo nem sempre vem de cima

8.30 numa escola deste país adormecido. Falta um professor e os alunos são intimados pela funcionária a aguardar por um professor substituto. Este chega mas os alunos desertaram todos. Isto aconteceu na quinta feira e ainda hoje estou apensar na lição que aqueles putos nos deram. Será que ninguém vê qual o caminho? Será que os Sindicatos estão acorbadados e não sabem que se pode fazer uma greve por tempo indeterminado a horas extraordinárias?Lamento ver os sindicatos mais preocupados com a aposentação e com a redução os seus quadros.
Ninguém se lembra de gritar bem alto para toda a gente ouvir (inclusive aquele escritor equatoriano que tem coluna no jornal público à sexta, e que, já agora, demonstra uma ignorância atroz sobre a nossa actividade profissional) gritar, dizia, que a componente não lectiva NÃO É UM PRIVILÉGIO, É TEMPO DE TRABALHO EFECTIVO. Sem essas horas de trabalho (realizado na escola ou em casa) não há ser humano (nem o tal equatoriano) que consiga dar aulas com qualidade. Gritem.

4 comentários:

Anónimo disse...

As aulas de substituição terão que ser postas em causa pelas bases! Se tiverem aulas de substituição não façam NADA!! Se possível instaurem um clima pró militar em que o ambiente se torne irrespirável...mandem os alunos para a rua se eles respirarem mais alto! Pode ser que assim os meninos se queixem aos paizinhos, à CONFAP, à Ministra e se veja o absurdo que são essas aulas!
Já está provado que a nós ninguém nos ouve...sendo assim porque não arranjarmos outras formas de pressão? Afinal a CONFAP e as Associações de alunos podiam tornar-se bons aliados! Bem hajam esses alunos! Os meus alunos se eu tiver que faltar farão seguramente o mesmo! Podem acusar-me de conspiradora! Sou memso! Mais do que nunca! Revoltei-me...

Pedro disse...

Esta questão das aulas de substituição merece reflexão e que se esclareçam normas de actuação, de forma a que não se transformem em meras aulas de ocupação dos alunos.
Por agora, a melhor ou pior forma de concretrização destes blocos depende da organização das escolas e da capacidade de actuação dos professores. Mas, há que admitir que o Ministério da Educação avançou com esta medida, sem ponderação, nem fundamentação correctas...
Urge que o Ministério da Educação admita o erro e mude a sua estratégia de actuação.

Anónimo disse...

Professores cansados e irritados por estarem horas sentados em salas à espera de nada ou em aulas de substituição que apenas os desgastam são professores fartos, como já disse, e professores fartos ficam sem disponibilidade mental para dar as aulas que contam! Isto para não falar do "enfartamento" que os alunos irão sentir!Repito o que já referi noutro local: a escola vai ficar doente e a qualidade de ensino degradar-se-á consideravelmente.

SL disse...

No que depende de mim, já se degradou.

Como alguém já disse: estamos a fazer o velório do ensino público.