Do debate à volta do eduquês e do anti-eduquês, de Rousseau e Locke, de Nuno Crato e Durkheim, ficam-me algumas ideias avulsas na cabeça e que merecem desenvolvimento -- mas tempo é coisa que me falta para, por agora, ir mais longe na explanação desses pensamentos.
1. O que se entende po eduquês e anti-eduquês? Não serão conceitos vazios com os quais designamos coisas que nos agradam ou desagradam de um modo puramente impressivo? Que correntes ou posições teóricas queremos atingir quando nos referimos a esses conceitos?
2. A noção de ciências da educação que os professores recebem nas faculdades não será, ela própria, uma visão condicionada pelos professores que cada um teve? Lembro-me de ter passado três anos de faculdade, entre cadeiras pedagógicas e estágio, a ouvir falar de Montessori, Durkheim, Bernstein (menos, infelizmente...) e uma data de outros indivíduos cujo nome obnubilei da minha consciência. Em dois meses de um cursozeco de Formação de Formadores aprendi muito mais, mas mesmo muito mais sobre técnicas pedagógicas, definição de objectivos, planificação de aulas e didáctica do que na faculdade. Devo dizer, sem identificar obviamente as pessoas em causa, que tanto a senhora Orientadora de Estágio como o senhor Metodólogo eram autênticas nulidades, indivíduos que estavam ausentes no dia em que Deus os mandou fazer fila para receber um cérebro operacional. Esses insuficientes mentais que me/nos ensinaram (e peço desculpa pelo eufemismo) passavam a vida a dizer que só estavam naqueles cargos porque era uma maneira COMO QUALQUER OUTRA de subir na carreira. Faço-me entender? Não nutro qualquer tipo de respeito ou consideração por gente assim.
3. O livro de Nno Crato é apenas um "livrinho", isto é, um conjunto de crónicas mais ou menos referentes à literatura convencional acerca de coisas, as mesmas coisas que os professores discutem entre si na mesa de café ou numa ida furtiva à casa de banho. Mas espreme-se e sobra o quê? Bom, sobra um diagnóstico interessante e que merece ser discutido. Mas não pesno que deva fazer escola porque, só por si, também não apresenta soluções.
4. Irrita-me particularmente que se tente tirar ilações políticas sobre aquilo que se escreve. O facto de alguém se afirmar eduquês ou anti-eduquês parece conotar imediatamente a pessoa em causa com a esquerda ou com a direita -- e não vejo em que é que os proessores e aEducação têm a ganhar com um debate que, em vez de ser político, deverá ser epistemológico, filosófico, ideológico e científico. Ou académico, para dar seguimento ao meu post anterior.
5. Na sequência destas "avulsas", ocorre-me escrever que a influência do eduquês na escola se vê em coisas como a sua estrutura: concordo que Pais e EE, Alunos, Câmara Municipal, Funcionários e Forças Vivas do Concelho participem na Assembleia de Escola; mas o que raio estão os Pias e os Funcionários e os Alunos a fazer no COnselho Pedagógico? Afinal, quem são os técnicos de Pedagogia dentro da Escola? Não são os professores? Se são os professores, o que é que os supra-citados estão lá a fazer?
6. Já repararam que aqueles de nós que estão mais habituados -- ou apenas, como é o meu caso -- ao ensino secundário têm um discurso diferente daqueles que preferencialmente dão aulas ao Básico? Ou seja, que o discurso sobre educação e o seu papel no desenvolvimento dos seres humanos é diferente em função das experiências pessoais das quais partimos. Eu, que só dou aulas ao secundário e aos cursos nocturnos (com adultos, portanto), dou por mim a, consciente e inconscientemente a contextualizar o meu discurso unicamente nos níveis de ensino a que dou aulas. Ora, proponho que reflictamos sobre as nossas concepções de educação, os nossos discursos e que verifiquemos se grande parte da diferença de opiniões não reside na centração de cada um sobre o Básico (mais "eduquês") ou sobre o Secundário (mas "anti-eduquês")
Não tenho tempo para mais. Se o Tempo me favorecer, desenvolverei alguns destes factos avulsos.
04/09/2006
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15 comentários:
Prof 24
como sabe temos tido algumas divergências.
Em relação a este seu post estou quase em total de acordo com tudo o que diz, talvez porque se coloca na posição, tal como eu, de um professor que pensa acerca de coisas reais das escolas embora em disciplinas , em níveis de ensino diferentes.
Relativamente ao ponto 4, é interessante ver como este debate edu-anti é transversal às nossas posições políticas aparentemente. Mas se aprofundarmos o debate penso que as águas políticas, epistemológicas, etc, se clarificariam
Comentário avulso :)
1.Concordo. O eduquês e anti-eduquês são conceitos vazios.
2.Os conhecimentos, sejam eles científicos, filosóficos, poéticos ou religiosos, são independentes do contexto em que foram adquiridos?
3.Concordo.
4.Não me irrito quando alguém tenta tirar ilações políticas sobre o que se escreve. De facto, as pessoas necessitam de referenciais para se situarem, sejam eles políticos, ideológicos, sociais, culturais… O problema, a meu ver, não está na rotulagem, está no facto de considerarmos os rótulos definitivos… Quanto à questão da política invadir o terreno educativo… a relação educativa é uma relação de poder….
5.De facto, o 115/A foi uma promessa inócua.
6.Concordo parcialmente. É que ainda não entendi os conceitos de eduquês e anti-eduquês… ;)
1. Não me parece que sejam de todo vazias, muito longe disso. Tanto assim é que quando alguém se apresenta como "anti-eduquês" é imediatamente etiquetado como de direita e salazarista!!
2. Eu digo exactamente a mesma coisa! Como não concordei com praticamente nada daquilo que me foi ensinado pelos professores dessas disciplinas, optei por frequentar um curso de formação de formadores... e finalmente aprendi.
3.Discordo, porque se reparar nas entrelinhas as soluções estão lá.
4.Concordo em absoluto.
5.Exactamente, nem mais!!!
6.Bom, nesse ponto não tenho opinião formada.
Prof24, gostei do deu post, e da forma como explica claramente o que pensa, procurando ligar pensamento e realidade.
Aquilo que mais me chamou a atenção em tudo o que diz, é o facto de ter aprendido mais na formação de formadores do que em todo o estágio. Gostaria de saber a que causa ou conjunto de factores atribui isso. Porque eu tenho uma opinião sobre essas razões, mas gostava de ouvir as suas, que estava realmente lá... :) Eu fiz estágio, sim, (dois anos) mas nunca um curso de formação de formadores, e por isso a minha opinião não poderá ter um fundamento tão sólido como a sua!...
Caro Henrique,
Olhe que a transversalidade deste debate, reclamada por mim num post anterior, tem de facto conotações políticas; mas não a sdeveria ter, se fosse um debate estritamente académico. Isso aborrece-me particularmente, tanto mais que se surpreenderá se lhe disser que as minhas opções políticas são, se não estou enganado, da mesma área das suas. :)
Caro Miguel,
Quando saíu o 115-A era eu membro da Assembleia Constituinte lá da minha escola. Eu, contratado, fiquei emocionalmente dividido: por um lado, havia uma data de coisas em que acreditava (mais do que hoje) e me pareciam ser boas para o ensino; por outro, percebi imediatamente que se avizinhava o Império do Tacho, ao ser reconhecida autonomia às escolas para contratar directamente os professores. Passaram 10 anos (11? 13?) e os meus piores receios confirmam-se. Continuo contratado -- mas absolutamente empenhado em mudar de ramo, diga-se.
Caro anti-eduquês,
Não deixa de ser curioso que tantos digam a mesma coisa: que aprenderam demasiado pouco na formação pedagógica das faculdades. Valia a pena repensar o sistema de formação (inicial e contínua) de professores.
Cara mesimoes,
O curso de formação pedagógica de formadores desagradou-me pela falta de sensibilidade desenvolvida nos formadores para as questões estritamente pedagógicas: isto é, os formadores concluíam o curso sem aquela sensibilidade (exacerbada?) que os professores normalmente têm para os problemas reais dos seus alunos -- dificuldades de aprendizagem, meios sociais desfavorecidos, histórias de vida e familiares, etc.. O formador é basicamente um técnico de formação de profissionais de uma determinada área, ponto final.
Em contrapartida, o curso agradou-me pela objectividade com que foram apresentadas as diversas técnicas pedagógicas (ou devo antes dizer didácticas?). Apenas um exemplo: como se faz um powerpoint? Quantas linhas de leitura deve ter um powerpoint? Qual o tamanho da letra? E no caso do retroprojector? Olhe, amim, na faculdade, ensinaram-me que o retroprojector é uma maquineta que se liga à tomada; mas no curso de formação de formadores explicaram-me que em salas com 60m2 a luz deve ser diminuída junto à área de projecção permitindo aos alunos escrever; que a letra deve ter tamanho nunca inferior a 30; que o retroprojector deve ser usado mais para ilustrar (imagens, gráficos, esquemas) do que para desenvolver (textos); e que é inútil ter o retroprojector se 1.os alunostêm uma fotocópia igual na mão ou 2.não for dada uma fotocópia dos acetatos NO FINAL da sessão de formação. É só um exemplo, mas mostra como os aspectos práticos são cuidados.
Obrigada, Prof24.
Corresponde ao que eu suspeitava: aprendeu porque o foco estava sobre os aspectos práticos, os conhecimentos necessários para ser eficaz.
Agora diga-me: não é capaz de construir os aspectos especificamente pedagógicos a que se referiu a partir disso tudo?... É, claro que é!... Não é preciso ensinar-lhe minuciosamente essas coisas, basta alertar para a sua importância e dar pistas sobre onde procurar a informação sempre que necessária .
Aquilo de que precisamos é de conhecimentos digamos funcionais: não temos que ser especialistas em sociologia ou psicologia, pois não? Precisamos é de ter instrumentos (incluindo os teóricos)que nos permitam FUNCIONAR eficazmente. Não precisamos de receitas, de exaustivas nomenclaturas e taxonomias que regulamentem todos os pormenores e mais algum. A verdade é que a realidade está sempre a mudar e quem está no terreno é que pode tomar as decisões adequadas. Para isso há um grau útil do conhecimento, que não ganha nada em ser ultrapassado.
É por isso que eu insisto tanto na necessidade de nos centrarmos em aspectos práticos quando pensamos os problemas do ensino: porque sem essas coisas resolvidas, não há teoria que nos valha!...
Por outro lado, é sempre uma grande tentação, a de substituir a realidade pela construção teórica, tão lógica, tão apaziguadora! E este perigo não é dos menores!
O meu percurso é um pouco diferente: fiz a minha licenciatura (cinco anos) e, ao fim de seis anos de leccionação, uma chamada "formação em exercício" de dois anos. À partida, já envolveu muito mais a teoria com a prática, porque tínhamos pequenos trabalhos de investigação-reflexão sobre aspectos da teoria pedagógica e mesmo sobre o sistema de ensino (lembro-me de ter feito um estudo sobre os resultados obtidos com a escolaridade obrigatória) mas acima de tudo tínhamos as turmas e as aulas para dar, aplicando o que sabíamos e fazendo constantemente o balanço desse trabalho. Não era perfeito, longe disso, mas nunca se perdia a aula de vista, nem o aluno... o que já era um aspecto positivo.
Devo dizer que o meu orientador directo era uma pessoa com qualidades excepcionais para a função, capaz de dar sugestões mas também de respeitar as particularidades de cada um dos seus estagiários. Tive muita sorte: não foi um daqueles estágios-espartilho de todos nós já ouvimos falar!... mas, na verdade, não aprendi essas coisas bem necessárias que aprendeu na formação de formadores, e cuja utilidade é indiscutível!...
Caro Prof24
Peço desculpa por usar este cantinho para provocar o anti_eduquês e a colega mesimões [co-autores do blogue "ensinar na escola" do qual sou um assíduo leitor]. Pensava eu, erradamente, que não teria necessidade de voltar a este assunto: Atendendo a que os comentários são "filtrados" antes de serem editados nesse blogue, pergunto aos dois colegas se encontram alguma coerência no vosso discurso quando criticam, velada ou explicitamente, o outroolhar, rotulando-o de "coutada privada". É que, ontem, deixei por lá um comentário dirigido, como é meu hábito ao assunto da entrada e, estranhamente, foi censurado. Coincidências??...
Caro Miguel,
Estou a tenta debater este assunto sem dar importância aos rótulos. Há, seguramente, pontos em que estamos de acordo e outros em que estamos em desacordo. Como julgo já ter demonstrado, o meu lado não é nem o pós-moderno nem o neo-positivista (respectivamente associados ao eduquês e ao anti-ed). Seja bem-vindo a colocar todas as suas opiniões pois, mesmo que não concorde com uma ou outra coisa, estou sempre disponível a mudar de posição quando me demonstram que não tenho razão.
Cara mesimoes,
Olhe que a formação de formadores também tem problemas, tal como especifiquei no penúltimo comentário. Mas sim, é verdade que os aspectos práticos deveriam, se calhar, preceder o desenvolvimento teórico. Aliás, atrevo-me a afirmar que a generalidade dos professores não sabe formular objectivos nem sabe distinguir diferentes tipos ou níveis de objectivos. E esse é um problema do ensino superior e das escolas superiores de educação que a formação de formadores já ultrapassou.
Miguel Pinto, que texto seu é que foi censurado???? Em vez de fazer afirmações graves como essa bastava enviar um email para o blog a pedir esclarecimentos. Até agora não censurei nenhum texto desde que o mesmo não utilize expressões como "filho da...", "fod..." e outras do género. Estou convencido que você nunca fez tal, por isso...
heyyy Brit
i cud teach u good conversation
besides i was born in Goa and ruled by the portuguese
i no all about portuguese culture
suzegadd
and siesta
and bon fest
1:27 PM
Miguel Pinto, o último comentário que recebi de si foi no dia 4 de Setembro.
Esse comentário referia-se ao post "os novos paradigmas da educação" e está publicado.
Se se está a referir a outro, envie novamente porque algo terá acontecido no servidor.
colegas
eu penso que este debate que estamos a fazer é realmente transversal no sentido político, pois há "adeptos" de esquerda e de direita em ambos os lados. Mas, aprofundando um pouco a questão penso ser pacífico dizer que o posicionamento político de cada um a nível social, por vezes não é continuado na escola, nem é coerente com o seu pensamento e acção pedagógica.
Eu sou uma pessoa que sempre me posicionei à esquerda. No entanto pelo menos quase metade do meu trajecto de professor (de 20 anos de ensino) foi grandemente influenciado por valores contrários aos que socialmente defendia. Tenho vindo a consciencializar esse facto e a lutar contra mim mesmo, contra a minha forma de desenvolver o currículo, de ensinar e de avaliar dando coerência ao meu pensamento e acção pedagógica. Consegui começar a dar a volta, com leituras que me abriram os horizontes. Dentro delas ocupam um lugar importante, mas não único, as provenientes da sociologia da educação. Como dizia o psicólogo Kurt Lewin, "não há nada mais prático do que uma boa teoria". Tenho tido frequentes comprovações desse lema.
Na educação as questões técnicas como foram acima referidas têm a sua importância mas são secundárias em relação a outras: o educador tem de ter uma Filosofia sobre a Educação, sobre os Fins. É a partir deles, ou quando consegue construir pessoalmente a sua filosofia, - já que a formação de professores é tantas vezes inócua, incoerente ou mesmo incompetente, - que o professor é capaz de ir em busca dos meios para realizar essa Filosofia: nos meios estão os conhecimentos que nunca são demais nem definitivos, as técnicas e os métodos que sempre importam.
E nunca esquecendo a capacidade relacional que é uma chave importantíssima dum professor. Rui Grácio um dos nossos melhores Pedagogos dizia que o professor deveria ter certas atitudes: "aceitação da pessoa do aluno, empatia com relação às suas dificuldades, encorajamento dos aspectos positivos da sua conduta. Tais atitudes seriam o suporte de uma relação pedagógica produtiva, porque valorizadora da identidade pessoal do aluno, e, assim condição basilar da sua evolução favorável, do seu construtivo progresso".
Aqui penso também estar um dos segredos dum bom professor.
Vejo na colega mesimões uma tendência para valorizar demasiado os aspectos técnicos do ensino, que eu acho uma atitude errada, como posição de princípio.
Por fim gostava de convidá-los para uma tentativa de reformulação do debate que irei tentar fazer no meu blog, tendo por pano de fundo um antigo debate entre as ditas Pedagogias Tradicionais e Pedagogias Novas.
Henrique Santos, gostei do seu post... Diz coisas muito interessantes e importantes.
Embora não perceba que razão o leva a achar que eu valorizo aspectos técnicos, na verdade!... :) Pois se eu tenho dito tão pouco!
Mas quero dizer-lhe que para mim a empatia é fácil, criar uma relação com os alunos é fácil, eles gostarem de mim e eu deles é coisa que acontece constantemente... O comentário que mais vezes faço é: TIVE MUITA SORTE COM AS MINHAS TURMAS. Faço-o todos os anos, a bem dizer, desde há 30 anos.
O problema é que, se não formos muito rigorosos nos porcedimentos a que chama "técnicos", a boa relação e a empatia podem esconder falhas metodológicas graves. É uma vigilância que exerço constantemente sobre mim para não cair na demagogia didáctica, digamos assim. Porque o aluno está nas nossas mãos, dentro da sala de aula. Não posso permitir-me adormecer à sombra da tal empatia. É demasiada responsabilidade. Isto por um lado... Quanto às minhas reclamações de que devemos primeiro resolver coisas bem concretas dentro da escola, é porque sinto a sua importância junto dos alunos. Eles sentem essas carências todos os dias! As teorias, essas, podem levar-nos às mais belas conclusões... FALSAS, precisamente pela falta de controle rigoroso sobre as ciências sociais e humanas. Quem me dera que os cientistas deste campo se resolvessem a adoptar meios de controle mais rigorosos sobre as suas porduções, a ver se não havia tanta teoria apressada a inspirar perigosamente quem tem que tomar decisões!
No estado actual das coisas, penso que elas devem servir apenas para inspirar reflexões muito acauteladas e nunca mudanças drásticas.
Gostava ainda de acrescentar outra coisa: concordo que cada professor precisa de ter a sua própria Filosofia da Educação. Mas, suponho, a filosofia é algo de pessoal, construído por cada um em função de todo um conjunto de interesses, necessidades intelectuais, valores, crenças e experiência. Não é algo que se transmita tal qual. É algo que se pode inspirar, que se pode fomentar por um conjunto de informações e reflexões a que chamaria "desafios". Mas, em última análise, tem que ser elaborada por cada um para seu uso pessoal... Daí que eu ache que se deve fornecer um conjunto de dados essenciais (básicos, se quiser), uma espécie de tijolos para fazer a casa, mas nunca a nomenclatura ou a taxonomia exaustivamente: se o fizermos, que espaço fica a cada um para chegar à SUA filosofia pessoal a partir do património comum?... Sem esse espaço, haverá muita coisa, mas não um pensamento elaborado pelo professor por forma a ter uma orientação digamos personalizada para o seu papel no sistema educativo. Não teremos estruturas verdadeiramente operatórias. A verdade é que ninguém pode fazer esse trabalho por ele. Impor orientações demasiado rígidas e normativas é impedi-lo de chegar a esse ponto de maturidade que lhe permite ser realmente INSPIRADOR na forma como ensina, ou seja: comunicar eficazmente o que tem para transmitir.
Por maioria de razão, um pedagogo também é alguém que inspira e abre caminhos ao transmitir o seu saber. É esse o espaço que deve ser dado às teorias: nem mais, nem menos!...
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