25/11/2005

O método da mentira

Eu lia o escritor equatoriano com muita atenção, até ele mentir sobre mim sem sequer me conhecer. E acreditava no que ele dizia sobre outras actividades profissionais. Médicos, Políticos, Engenheiros, Promotores imobiliários, Juízes, etc. Acreditei até a mentira cair sobre mim.
Agora não acredito.
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (Nunes da Cruz) disse com toda a clareza que o «governo mente intencionalmente aos Portugueses» sobre a actividade judicial. Há uns anos atrás eu, provavelmente acharia que se tratava de um desabafo sem fundamento, apenas revelador de interesses corporativos. Hoje não. Hoje sei que o Exmo. Sr. Juiz tem toda a razão. O método deste governo (e dos outros anteriores) é a mentira. Faz criar junto dos portugueses uma imagem falsa das classes que pretende atacar para poder actuar a seu bel-prazer sem provocar ainda mais insatisfação.
É o mesmo método utilizado com requintes de malvadez (disfarçada de santidade na expressão sempre angelical, diria quase sofredora) pelo ministério da educação. Daí que não me espante existirem muitos humbertos e anónimos por esse país fora, enganados pelo governo. Não sejam imbecis: o Governo controla a informação toda. Ainda por cima em questões em que o Bloco central está de acordo. O Debate na passada 2ª feira foi exemplo disso: A Ministra dizia «mata» e o Justino gritava «esfola». Os sindicatos assistiam.
O governo mente e as pessoas acreditam por defeitos próprios inimputáveis ao governo. O defeito de serem comodistas e não procurarem informação, e, pior do que isso, o defeito de falarem sobre um assunto baseados em dois ou três argumentos de senso comum.
É por estes dois defeitos serem muito bem distribuídos pela população portuguesa que temos sucessivos governos que ganham eleições prometendo não subir impostos e depois sobem. A mentira compensa. E nós, professores, estamos desarmados. Ensinamos a verdade nas escolas para a sociedade mostrar aos nossos alunos que a mentira é o método.
Lembram-se da canção do Sérgio Godinho sobre um tal de Casimiro? Apliquem ao vosso caso e tenham cuidado com as imitações...

2 comentários:

Goretti disse...

Parabéns pela reflexão aqui apresentada. Sucinta e reveladora...

Anónimo disse...

Vou estar atento ao que se passa e diz por aqui.Agradeço a amabilidade da visita e comentario.Um abraço solidário
MOrfeu