O texto que segue resultou de uma discussão “feia” havida num fórum de professores envolvendo desempregados que acham que os QEs e os QZPs descontentes lhes roubam vagas, mais novos que acham que mais velhos deviam ir para casa e deixar os seus lugares para eles poderem entrar, QEs desterrados, QZPs desterrados, contratados que não o foram em detrimento de contratados que o foram com poucas horas e já não têm poucas horas… enfim, uma confusão enorme!!! Confusões, resultantes de um sistema de concursos que conseguiu prejudicar todos! Confusões, resultantes de umas alterações que se adivinham ainda piores!
Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão!!!!
Voltámos ao mesmo e quem perde com isso somos todos nós. Engraçado como este tipo de questões aparece sempre quando se esperam “notícias” do ME . Já por várias vezes suspeitei que nestas alturas aparece por aqui “alguém” para lançar a confusão e colocar-nos uns contra os outros! A coincidência destas “manobras de diversão” tem-me feito pensar muito sobre isso. Como é fácil destabilizar uma classe já de si tão desunida, dividindo para reinar. E nós, como patinhos que somos, caímos sempre na esparrela e começamos “à pancada” uns com os outros como se fossemos putos e apenas nos servíssemos do instinto e nunca da cabeça. Parem um pouco para pensar e analisem as alturas em que acontecem estas “cenas de pancadaria verbal”. Foram, por exemplo, quando estiveram para sair as medidas do “cofee”, quando foi da greve, quando estavam para sair as listas dos concursos, quando começou o ano lectivo, agora que está marcada greve e que estão para sair propostas … só para falar das ocasiões mais marcantes!
E caímos sempre!!!!
Mas já agora vou dizer mais umas coisitas que considero serem pontos de reflexão importantes para TODOS e quando digo TODOS, digo mesmo TODOS!!!!
Enquanto não percebermos que não há mais novos... que não há mais velhos... que apenas existe uma carreira de docência que é preciso defender, independentemente da idade das pessoas, porque todos começámos no princípio e, teoricamente, todos acabaremos no fim, com maiores ou menores dificuldades consoante a altura em que começámos.
Enquanto não percebermos que em cada momento se fizeram as lutas que foram necessárias, na altura, para conquistar e manter a dignidade desta profissão.
Enquanto não percebermos que houve épocas de muitas lutas e houve outras de poucas lutas porque foram feitas quando foi preciso e não apenas por se fazerem.
Enquanto não percebermos que o que se conquistou não foi para A ou B, mas sim para todos os que desempenham esta função.
Enquanto não percebermos que o que nos estão a tirar não é tirado aos mais velhos, mas sim aos professores de todas as idades.
Enquanto não percebermos que o concurso é feito, ou deveria ser feito de acordo com uma graduação e que essa graduação deveria ser aplicada igualmente a todos dentro dos quadros (independentemente do quadro a que se pertence), tal como o é a quem não pertence aos quadros.
Enquanto não percebermos que se deveria lutar pela existência de um quadro único e que o mais útil quer aos professores, quer às escolas e o quadro de escola (eu penso assim … há quem não concorde).
Enquanto não percebermos que aquilo por que se deve lutar é pela abertura de vagas necessárias às escolas e não uns contra os outros.
Enquanto não percebermos que aquilo porque se deve lutar é por condições humanas e físicas de qualidade nas escolas e não permitir que despejem o trabalho todo em cima de uns para deixar os outros no desemprego.
Enquanto não percebermos que em cada momento se fizeram as lutas que foram necessárias, na altura, para conquistar e manter a dignidade desta profissão.
Enquanto não percebermos que houve épocas de muitas lutas e houve outras de poucas lutas porque foram feitas quando foi preciso e não apenas por se fazerem.
Enquanto não percebermos que o que se conquistou não foi para A ou B, mas sim para todos os que desempenham esta função.
Enquanto não percebermos que o que nos estão a tirar não é tirado aos mais velhos, mas sim aos professores de todas as idades.
Enquanto não percebermos que o concurso é feito, ou deveria ser feito de acordo com uma graduação e que essa graduação deveria ser aplicada igualmente a todos dentro dos quadros (independentemente do quadro a que se pertence), tal como o é a quem não pertence aos quadros.
Enquanto não percebermos que se deveria lutar pela existência de um quadro único e que o mais útil quer aos professores, quer às escolas e o quadro de escola (eu penso assim … há quem não concorde).
Enquanto não percebermos que aquilo por que se deve lutar é pela abertura de vagas necessárias às escolas e não uns contra os outros.
Enquanto não percebermos que aquilo porque se deve lutar é por condições humanas e físicas de qualidade nas escolas e não permitir que despejem o trabalho todo em cima de uns para deixar os outros no desemprego.
Enquanto não percebermos que tanto se criticaram as reduções por idade, as "regalias e mordomias" que os mais velhos tinham que alguém de poder as ouviu mesmo. Porque não quiseram perceber que essas ditas "mordomias" iam ser deles também. Porque não quiseram perceber que a partir de certa altura são mesmo necessárias. Porque não quiseram perceber que era daí que vinham os horários dos contratados.
Enquanto não percebermos que o congelamento da carreira, o aumento da idade da reforma, a máscara com que estão a envolver a morte anunciada do fim das reduções mais do que aos mais velhos, afecta os mais novos.
Enquanto não percebermos que o congelamento da carreira, o aumento da idade da reforma, a máscara com que estão a envolver a morte anunciada do fim das reduções mais do que aos mais velhos, afecta os mais novos.
Enquanto não percebermos que é aos mais novos que os empregos são/serão roubados!!!
Enquanto não percebermos que é o sonho deles que será assassinado!!!
Enquanto não percebermos que é o sonho deles que será assassinado!!!
Enquanto tudo isto não for percebido não há classe, não há carreira, não há profissão que possa resistir aos ataques que lhe têm sido feitos.
Enquanto não percebermos que o barco em que estamos é o mesmo para todos e que se não nos unirmos afundamos todos com ele, não conseguiremos erguer a cabeça.
Enquanto não percebermos que “o inimigo” não é o colega do lado seja ele Desempregado, Contratado, QZP ou QE só faremos o jogo “deles”.
Enquanto não percebermos que o barco em que estamos é o mesmo para todos e que se não nos unirmos afundamos todos com ele, não conseguiremos erguer a cabeça.
Enquanto não percebermos que “o inimigo” não é o colega do lado seja ele Desempregado, Contratado, QZP ou QE só faremos o jogo “deles”.
3 comentários:
Acredito que a generalidade dos professores (mais velhos ou mais novos) percebe tudo isso. Por isso destaco :"Já por várias vezes suspeitei que nestas alturas aparece por aqui “alguém” para lançar a confusão e colocar-nos uns contra os outros!" Porque foi por suspeitar isso que no meu blog já me "saíu" uma vez, num post, o título "Infiltrados??"
Concordo com o que diz! Todas as medidas que afectem nem que seja um professor afecta todos os outros! por exemplo os mais velhos de qe e qzp ficaram longe de casa por muitas vezes serem obrigados pelo proprio sistema de concurso e colocação a fazê-lo e depois verificam que caíram numa armadilha. A unica escapatória são os destacamentos. Por seu lado os contratados muitas vezes conseguiam colocação perto de casa mas o mais normal é serem também eles desterrados. Mas tudo isto acontece por vícios antigos do sistema e pela diminuição forçada das vagas nas escolas! Mesmo os mais novos que entram para qzp só tem possibilidade de o fazer onde houvre vaga para poderem escapar à instabilidade da contratação. E o circulo vicioso não tem fim. Por outro lado o aumento da idade da reforma e a redestribuição feita nos horários sobrecarregou em anos e em trabalho uns e atirou para o desemprego outros (onde me incluo). Um dia poderemos ser do quadro mas a verdade é que teremos que trabalhar durante mais tempo e em condições muito dificeis e nem sequer teremos possibilidade de atingir o topo da carreira (não porque não trabalhamos à 36 ou mais anos mas porque não conseguimos fazer 36 de tempo de serviço).
Aliás uma coisa que sempre me fez confusão e nunca hei-de entender (para além de durante muito tempo não existir subsídio de desemprego) é haver horários incompletos. Até parece que é uma profissão part-time.
Gostava muito que os sindicatos aproveitassem esta ansia das 35 horas semanais na escola a cumprir na escola e proposessem a atribuição dessas 35 horas a todos os professores contratados incluídos acabando de vez com esta "coisa" que são os "horários incompletos"!
Eu gostaria muito que houvesse união e que se pudesse criar uma Ordem dos Professores, para que nos defendesse, porque acho que tantos sindicatos existentes, apresentando muitas vezes opiniões divergentes, só nos prejudicam e de certeza assim não vamos a lado nenhum! Só gostaria de lembrar a todos os colegas
que a nossa estabilidade não depende só do injusto sistema de colocações que há tanto tempo vigora, mas sim do nosso próprio esforço, pois eu conheço imensos colegas que só querem dar aulas perto de casa e não concorrem para longe, deixando escapar, muitas vezes, boas oportunidades de conseguir horários completos... Colegas que preferem ter 14h perto de casa do que horário completo a 200km! A nossa carreira não se faz só perto de casa!
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