19/11/2005

O absentismo

O pasquim publicava ontem (há coincidências felizes...) uma notícia de um alegado estudo sobre o absentismo dos professores, afirmando que em 2004/5 teriam ficado por cumprir 9 000 000 de aulas, mais milhão menos milhão.

Tal notícia merece-me alguns reparos:
  1. Não é dito que durante o mês de Setembro e parte dos meses de Outubro e Novembro milhares de professores não estavam colocados, por incompetência da anterior equipa governativa;
  2. Não é dito que os Professores são obrigados a fazer formação contínua, o que os leva a faltar justificadamente;
  3. Não é dito que se um Professor fizer uma visita de estudo tem falta a todas as turmas ao longo do dia, ainda que estejaa trabalhar 10 ou 12 horas (ou mais, quando pernoita) ainda que ganhe exactamente o mesmo que ganharia se ficasse em casa; trata-se, portanto, de trabalho não remunerado;
  4. Não é dito que se um Professor chegar atrasado ao primeiro tempo de nada lhe vale ir ao segundo, pois é-lhe maracada falta na mesma, numa das mais aberrantes e irracionais medidas de que há memória;
  5. Não é dito que os Professores não têm direito a acompanhar filhos doentes se estes tiverem mais de dez anos;
  6. Não é dito que uma enorme fatia dessas faltas são compensadas à custa dos dias de férias a que todos os trabalhadores têm direito;
  7. Não é dito que se os Professores estiverem em serviço de exames podem ser dispensados da componente lectiva, pelo que, mais uma vez, têm falta embora estejam a trabalhar;
  8. Não é dito que se forem marcadas reuniões para o mesmo período em que decorrem as aulas, a reunião se sobrepõe às ditas aulas, pelo que mais uma vez o Professsor está a trabalhar embora tenha... falta;
  9. E não é dito que esses nove milhões estimados, dos quais 7,5 são confirmados, correspondem, afinal, a 5% do total de horas previstas
O que mais lhes terá faltado dizer?

39 comentários:

Maria Lisboa disse...

faltou-lhes dizer que o nosso estimado wzinho, quando era vereador do CDS na CM de Penamacor, "chumbou" por excesso de faltas e teve que ser substituído!

Anónimo disse...

Para quem não sabe, o "vizinho" em causa é Valter Lemos, de quem se diz que foi substituído por excesso de faltas na Câmar de Penamacor. Para quem tanto se queixa do absentismo dos Professores, não está nada mal, não...

Anónimo disse...

Já transformei o "currículo" do Lemos em sms e mandei para todos os meus colegas com o incitamento a passarem a mensagem!!
Hipócrita de m....!
"Olha para o que eu digo e não para o que eu faço..."

Anónimo disse...

Faltou dizer que, durante o ano, perante a necessidade de substituir docentes (p.ex: gravidez de risco), o ministério demorava entre 1 semana e mais de 1 mês, tempo esse contabilizado como falta.

SL disse...

Faltou dizer que se um professor estiver de atestado, só ao fim de um mês o Ministério se digna a colocar outro, acumulando-se faltas para efeitos estatísticos...

Anónimo disse...

Sabiam que o Secret. Valter Lemos, perdeu o seu mandato de vereador do CDS(!) na C. Municipal de Penamacor há alguns anos? Motivo??
Faltas sucessivas.
Expalhem a notícia desse falso moralista....
O proprio Mário Nogueira o confirmou na MANIF

Goretti disse...

Faltou dizer que este ano o número de faltas vai aumentar com as greves que se avizinham...

Anónimo disse...

emaile o seu post para o pasquim em causa, pf

ocontradito disse...

Alguma demagogia neste post... como na informação do Ministério.
Infelizmente são os alunos que sofrem.

SL disse...

Não basta dizer que há demagogia: é necessário provar em que consiste essa demagogia.

Sucede que enste post não é apresentado nenhum argumento falso; é apenas mostrado o outro lado da questão - o lado que o DN não quis mostrar.

De resto, não me custa nada dizer que há um elevado absentismo entre os professores; mas pergunto se esse elevado absentismo não existe, também, entre outras classes sociais. Mas já nem pergunto qual é o absentismo entre os deputados, porque se o fizesse, aí sim, estaria a ser demagógico. Por exemplo, de nada serve avaliar o número de faltas ou de cadeiras vazias na Assembleia , precisamente porque os deputados têm outras tarefas que não se cumprem no hemiciclo. Mas é exactamente aí que reside o problema da demagogia ou não demagogia: é que tb os professores têm tarefas que nãose cumprem na sala de aula.

SL disse...

A propósito, veja-se o que se diz de Walter Lemos em http://publico.clix.pt/shownews.asp?id=1239492&idCanal=33

Maria Lisboa disse...

Referes que há um elevado absentismo ... não creio que seja assim tão grande e também não creio que seja maior do que nas outras profissões. Dá é muito mais nas vistas porque não se pode, como em qualquer outro serviço, vir dizer: "o colega neste momento não pode atender, mas se possível resolvo o seu problema". As aulas de substituição não produzem o mesmo efeito. Para além de tudo o que já foi dito acrescento que não há nenhuma profissão em que piques o ponto a todos os 45 minutos e em que tenhas falta se te atrasares 5 minutos, mesmo se estiveres dentro da escola a tratar de outro assunto. Não há nenhuma profissão em que por te atrasares 3 vezes 5 minutos tenhas o equivalente a um dia de faltas, com os respectivos descontos. Como é possível alguém vir dizer que os professores têm 65 modos diferentes de faltar?! Temos exactamente os mesmos modos de faltar do que os outros funcionários ... faltamos é a cada 45 minutos ... o que para além de se tornar muito vísivel (multiplica isso por cada aluno que tens...) nos prejudica muito mais do que a todos os outros. Se alguém se atrasa basta compensar no fim do dia picando o ponto mais tarde. Nós não ... por mais tempo que fiquemos depois e ficamos sempre muito mais do que os tempos marcados no horário nunca podemos compensar os 5 minutos fe atraso que possamos ter tido.

SL disse...

Olá, f... Relendo o meu texto, percebo que não ficou suficientemente explícita a condicional do meu argumento: reconheço que há um elevado absentismo entre os docentes NA CONDIÇÃO de se conhecer o absentismo das outras profissões. É que o número de aulas perdidas parece muito elevado, de facto; e, para quem não sabe, até pode parecer um número assustador; mas é preciso notar que corresponde a 5%?, 7%?, 6% do total de horas. Ora, o que eu admito como possibilidade é que esse número seja alto SE constatarmos que nas outras profissões a taxa de absentismo ronda os 2% ou 3%. Coisa que, até aqui, ainda ninguém referiu.

Por isso utilizei o outro argumento: é fácil ser-se demagógico, atirando com os números para a comunicação social de forma a estabelecer como verdadeira a asserção de que somos todos uns absentistas; mas não é dado nenhum termo de comparação com as outras profissões. Sobretudo, não é explicado que esse absentismo resulta da própria natureza da profissão. Daí que não me parece correcto criticar o absentismo do deputados com base no número de cadeiras vazias, precisamente porque a cadeira vazia não significa que esles não trabalhem. O absentismo dos deputados pode e deve ser criticado SE , para além das cadeitas vazias, eles não comparecerem igualmente nas Comissões e quejandos que "desempenham".

Anónimo disse...

Na qualidade de trabalhador do sector privado apenas vou comentar o ponto 4 e 5.
4. Vocês sabiam que no privado se chegar atrasado 1/2 hora mais vale ir para casa porque, se a entidade patronal assim o entender, toda a manhã é descontada?
5. Está enganado meu caro, os professores têm todo o direito a acompanhar os filhos, maiores ou menores de 10, mas tal como qualquer outro trabalhador do sector privado, esse dia é-lhe descontado.

Independentemente do professor faltar muito ou pouco, 5 ou 50% das horas previstas, parece-me que o que o Ministério pretende vai ao encontro do que os pais receiam.
Se o professor falta, independentemente do motivo, porque é que é tão absurdo esse professor ser substituido para evitar que os alunos dispersem e não rentabilizem a hora, ou horas, que iriam ter sem aulas? Será isto assim tão caricato?
Ninguém lhes pede para guardar crianças, para serem entertainers, simplesmente que passem mais tempo na escola (que é o vosso local de trabalho) com os alunos para os cativar a aproveitar os eventuais furos com actividades educativas, actividades lúdicas.

SL disse...

Dude: seja bem-vindo. Ainda que não estejamos de acordo, uma discussão séria e honesta é sempre útil.

Vou informar-me quanto ao ponto 5. Quando tiver novidades digo qualquer coisa.
Quanto ao ponto 4: sim, sabemos todos disso. Assim como sabemos todos que noutras empresas essas faltas por atraso são relativamente toleradas, dentro dos limites aceitáveis que são definidos por cada organização.

Relativamente aos outros aspectos que refere:

a) é compreensível o desejo dos pais. A sociedade dos nossos dias enfrenta problemas para os quais a Escola deve encontrar solução. O que questiono é se será legítimo resolver esses problemas à custa dos professores. Compreendo que os pais queiram que os filhos estão a salvo dentro da escola, mas não me parece correcto que isso se faça aumentando o horário dos professores sem lhes dar nada em troca.

b) Não foram os professores, nem sequer os sindicatos, que contestaram a existência das aulas de substituição. O que se contesta é a forma como foram implantadas - arbitrariamente, sem qualquer tipo de estruturação ou definição de objectivos. Mas essa estruturação não podia ser feita, bem vistas as coisas: e não podia porque, sendo o horário lectivo do professor de 22 horas, a imposição das 28h (com as aulas de substituição) obrigaria à reformulação do Estatuto da Carreira Docente ou pagar horas extraordinárias - coisa que a Ministra não quer, seguramente.
Note que a esses tempos lectivos se somam mais 13h para reuniões, planificações, avaliações, preparação de aulas, correcção de exercícios dos alunos, atendimento aos Pais,...

c) Também não ouvi os Professores queixarem-se da obrigatoriedade de comparecer no local de tabalho. Mas engana-se se julga que o local de trabalho é a escola: não é, porque não tem condições para o ser. Na escola onde lecciono não tenho uma biblioteca apetrechada, não tenho computador para elaborar testes ou fichas de trabalho, não tenho impressora para os poder imprimir, não tenho sala para trabalhar, não tenho mesas onde estudar, não tenho cadeiras onde me sentar. Agora imagine os 150 professores da minha escola (admito que não todos ao mesmo tempo: apenas uns 80, digamos assim...) à procura de um buraco onde se possam enfiar para "trabalhar". Pessoalmente, não corrijo os testes dos meus alunos na mesa do café.

d) Pudera eu passar as 35 horas de tabalho na minha escola. Sem nenhum tipo de demagogia - e falo apenas por mim - trabalho muito mais do que 35 horas por semana. Insisto: sem nenhum tipo de demagogia, trabalho as 22 horas lectivas que me são devidas; pelo menos 8 horas do meu fim de semana a preparar as aulas da semana seguinte, para lá de mais duas tardes (4h+4h) a fazer o mesmo ; se corrigir um trabalho de cada aluno por semana, e demorando 10m a cada um dos meus 120 alunos, precisarei de 20 horas só para o fazer (obviamente, só o faço de duas em duas semanas!); estou ao dispôr dos Pais e Encarregados de Educação para lá do tempo legalmente previsto no horário; e tenho reuniões inúteis e intermináveis para conhecer as sucessivas reformas e contra-reformas emanadas pelos sucesivos ME.
Infelizmente o ME não o reconhece.

Mas claro que posso alterar o rumo dos acontecimentos: num mundo ideal em que passe apenas 35 horas a trabalhar na escola, passarei a ter muito mais tempo para me divertir; continuarei a ganhar o mesmo, mas trabalharei muito menos; deixarei de ter despesas pessoais com os assuntos profissionais.

Nessa altura, a CONFAP e o ME perceberão que a escola não se faz contra os professores. A não ser que o objectivo último de tudo isto seja a latinização do país e a degradação irreversível do sistema de ensino público para que possa ser entregue aos privados.


Nota final: o fundamental do meu post, ou seja, a parcialidade vergonhosa e subserviente do DN, não foi colocado em causa. E penso que, quanto a isso, todos concordamos.

Anónimo disse...

Obrigado, gosto do blog e sempre que posso dou aqui um saltinho.

1. Refere que o horário dos professores foi aumentado, mas, à excepção do 1º ciclo isso não aconteceu.
O ministério apenas tentou re-utilizar ou re-aproveitar as horas de componente não lectiva dos professores. Havendo inclusivamente indicações expressas para que os conselhos executivos atribuam as aulas de substituição preferencialmente aos professores com horário incompleto.

2. O despacho veio obrigar os professores a passarem algumas horas da componente não lectiva em actividades educativas, sendo as aulas de substituição enquadradas nesta categoria. Deste modo não faz sentido falar em revisão do estatuto da carreira de docente.
Não vou analisar o teor das actividades desenvolvidas na escola durante as horas de componente não lectiva e se deveriam ou não ser consideradas lectivas até porque, não sendo professor, de certeza que não teria capacidades para tal.
Baseio-me apenas na legislação a que tive acesso e na sua análise.

3. Concordo com várias reinvindicações dos professores e as condições de trabalho são apenas uma delas.
No entanto não posso deixar de questionar porque é que se "deixou" degradar as condições de trabalho dos professores durante anos?
Porque não é organizada uma greve para reivindicar melhores condições de trabalho para que os docentes não tenham de trabalhar em casa?
De certeza que a opinião pública estaria do vosso lado neste aspecto.

4. Já agora e ainda a respeito da suposta perseguição movida pelo governo contra a classe docente, então a divulgação das faltas dos professores não seria já de prever? O que esperavam? Que pudessem fazer uma greve e uma manifestação a uma sexta-feira e que o governo ficasse impávido e sereno? Lembrem-se que já não é a 1º nem a 2º vez que o fazem. Aqui parece-me que existiu um grave erro de estratégia por parte dos sindicatos ao não prever uma resposta firme, como esta, por parte do governo.

5. Quero deixar claro que não tenho nada contra a classe docente e que estou apenas a manifestar a minha opinião como pai preocupado com o futuro da nossa educação.

SL disse...

Venha sempre, que ninguém o tratará mal :)

Acredite que os professores são osprimeiros a estarem preocupados com a degradação do ensino público. Teria de me alongar excessivamente para entrar nos detalhes, mas penso que se for lendo partes do blog acabará por captar o essencial.

Não creio que a opinião pública se coloque do nosso lado. A figura do professor está cristalizada na do Menino Tonecas; os professores são referidos, inclusivamente por parte de quem tem responsabilidades, como uns preguiçosos que nada fazem e ganham muito. Claro que admito que existem maus profissionais, mas isso acontece em todas as classes profissionais. Claro que a imagem que os próprios alunos transmitem dos professores nem sempre é a melhor - e gostaria de lhe dar um exemplo.
Uma vez tive um caso de um aluno que consumia heroína. Ingenuamente, pensei que, enquanto Director de Turma, tal me deveria preocupar. Logo, chamei à Escola o Encarregado de Educação do aluno. Com muito tacto, tentei dar a entender que se passava algo de que talvez os pais não tivessem conhecimento. Quando finalmente a senhora percebeu, acabei por ser insultado por duvidar das qualidades humanas do rebento...
Outra história engraçada é a de uma aluna cuja mãe aparece no dia 23 de Dezembro a queixar-se porque a filha (de 16 anos) tinha um caso amoroso com um indivíduo casado de 36 anos. Ora, queria a senhora saber o que iria EU fazer, uma vez que a filha tencionava passar o fim de ano com o tal indivíduo...

Serve isto para demonstrar que os pais têm, muitas vezes, uma imagem injusta dos professores, porque generalizam a partir dos casos maus, tal como os professores podem por vezes correr o risco de enfiar no mesmo saco a atitude de desresponsabilização patente em tantos pais.

Também não me parece que o Estado, depauperado como está, possa apetrechar as escolas com o que quer que seja;: grande parte dos materiais usados na escola pelos alunos são fornecidos pelso próprios professores - por exemplo, conheço escolas onde o limite de fotocópias é tão apertado que os professores chegam ao 3º período a pagar os testes do próprio bolso. Claro que podemos questionar como é possível o Estado não ter dinheiro para a saúde e a educação mas ajudar financeiramente os clubes de futebol; mas isso é outra conversa.

Por fim: muitos professores não fizeram greve precisamente por ser à sexta-feira. Eu próprio o critico. Mas há uma razão para isso: é que existem milhares de professores que estão deslocados, a mais de 100 ou 200 ou 300 km de casa. Se a greve fosse marcada para uma quinta ou uma terça, poderia duplicar-se o número de faltas; e à quarta-feira não é conveniente por ser um dia importante em termos organizativos para as escolas, devido às reuniões.

Volte sempre e exponha as suas dúvidas. Terei / teremos todo o gosto em conversar com todos os que cá vierem.

P.S.: duas notas finais, que reflectem opiniões meramente pessoais: em, primeiro lugar, se os pais tivessem consciência da degradação a que as escolas PÚBLICAS estão a ser conduzidas, seriam eles próprios a encerrar os estabelecimentos de ensino (à degradação física soma-se a política do facilitismo e a ausência de perspectivas a longo prazo - não tardará muito e as as classes sociais mais informadas não matricularão os filhos no público,mas apenas no privado); em segundo lugar, sou da opinião de que este ano lectivo nem sequer deveria ter começado - e esse é, quanto a mim, o maior erro dos sindicatos. Mas se o fizessem, a opinião pública esmagava-nos.

Humberto Coelho disse...

5 por cento?? É imcomprrensível...
Será que alguém é capaz de dizer o que aconteceria se um gestor em inicio de carreira tivesse 5 por cento de faltas??
35 horas??? Chega de demagogia.... os gestores em inicio de carreira trabalham desde de manhã até à noite a receberem ninharias....
Os professores trabalham menos e tem muito mais regalias...
ahhhhhhhhhh...
e ainda se reformam mt mais cedo.... Onde está a justiça social tão bem apregoada por Vossas Excelências??
Faz o que eu digo, não faças o que eu faço. Pois...

Goretti disse...

Sr Humberto:
Depois de visitar o seu http://estaleiro.blogspot.com/ nada nas suas palavras me espanta!

Mais uma questão: as faltas dos docentes nunca são injustificadas! Quando apresentadas as justificações, ao abrigo da legislação em vigor, estas são aceites pelo Ministério da Educação.

E, por último, se se refere à gestão na área das telecomunicações, não me faça rir! No further comments!

Goretti disse...

Para Dude:
Oi. Pelo que me parece, de acordo com legislação saída neste ano, não é permitido aos docentes a assistência à família a maiores de 10 anos. De qq maneira, ainda vou verificar.
Relativamente à questão da greve à 6ª feira, devo dizer que se trata de um dia útil como qualquer outro. Caso a greve fosse marcada, por exemplo, para uma 3ª feira, haveria sempre algumas pessoas com a 2ª feira de componente não lectiva. Acrescento que o meu marido fez greve na 6ª feira, tratando-se do seu dia de componente individual não lectiva. Tudo depende de como queremos olhar para as coisas.
Diz que o nosso horário não foi aumentado. Mas repare: se eu tinha 13h de componente individual (insuficientes para o trabalho a elaborar) e se dessas 13 horas o ME decidiu colocar 4, 5 ou 6h para a componente de estabelecimento, chegar-me-ão 7 ou 8h semanais para preparar 22 aulas, corrigir TPC, entre outras tarefas, (incluindo 7h de 12º ano)? A resposta é não.
Cumprimentos e parabéns pela lucidez com que se debruçou os nossos problemas.

SL disse...

Acrescento ao último comentário da Brit um dado que os meus colegas não me levarão a mal: é que o que se está a privilegiar é a mediocridade e a baixa qualidade.

M disse...

Que eu saiba ainda não é aos professores que compete legislar. Todas as faltas dadas pelos professores são justificadas, de acordo com a lei. Se a lei não é boa para as escolas, então a culpa é dos sucessivos governos.

Anónimo disse...

Eu sei que provavelmente não se aplica à classe docente, mas a leitura ao comentário da Brit com recordou-me uma máxima que um antigo patrão meu impunha para justificar as nossas horas extraordinárias não remuneradas.
- Se tem de fazer horas extras é porque não consegue efectuar o seu trabalho no horário normal.
Não quero com isto insinuar nada, foi apenas uma memória que o comentário me trouxe.

Relativamente às faltas e como tenho facilidade no acesso à legislação posso esclarecer:
Assistência a Familiares < 10 Anos – Lei 99/2003, Art. 40 – Desconta 1/6 de Vencimento e subsidio de refeição.
Assistência a Familiares > 10 Anos – Lei 35/2004, Art 110 – Desconta vencimento por inteiro (dia completo) e subsidio de refeição.
O tratamento ambulatório a maiores e a menores de 10 anos tem o mesmo desconto mas rege-se por artigos diferentes.
Faço ainda aqui uma chamada de atenção, no sector privado ambas descontam por inteiro, aliás o desconto de 1/6 de vencimento apenas existe na função pública.

Nos professores à semelhança de todas as restantes classes sociais existem os bons profissionais e os maus profissionais.
Se o comentário colocado agora pelo Prof24 fosse dirigida à entidade patronal de qualquer empresa deste país a resposta seria :
- Estas são as condições se não está satisfeito pode mudar quando quiser.
Aliás se eu fosse patrão provavelmente a minha resposta seria igual.

Os professores através da greve tentaram demonstrar ao ministério que não estão satisfeitos com as alterações impostas.
Do meu ponto de vista acho que depois de se perceber as intenções do ministério e não se concordar com as medidas aplicadas dever-se-iam sugerir alternativas.
Considerem-me parte imparcial, eu entendo as medidas aplicadas pelo ministério e o seu objectivo e percebo as implicações que estas têm na classe docente e a insatisfação da mesma.
Em suma dou razão a ambas as partes mas quero que os objectivos do ministério sejam cumpridos e quero que a classe docente se sinta motivada a continuar a exercer a sua função.
Qual será a solução?
O ministério apresentou uma. Onde está a vossa?

Anónimo disse...

Eu sou o anonymous, isto não assumiu a indentificação não percebi porquê.
Dude.

SL disse...

Boa pergunta. Mas sabe que nunca foi autorizada a criação de uma Ordem de Professores; por outro lado, a pulverização de sindicatos e a inexistência de consensos entre os maiores partidos impede que os problemas de fundo da educação nunca sejma discutidos. Veja-se o que fez a Irlanda e compare-se com o que não fez Portugal.

Quanto a mudar de profissão: é o que estou a tencionar fazer.

Quanto ao meu último post: o sistema de ensino privilegia, cada vez mais, a mediocridade. A longo prazo quem perde com isso não são os professores: é o país.

SL disse...

Obviamente, está ali um "nunca" a mais.

Anónimo disse...

Sou professor de Matemática.
Não percebo tantas críticas que fazem ao VL - o verdadeiro ministro.
Eu penso que ele devia ter chegado a governante muito mais cedo.
Se não fosse ele eu nao estaria a esforçar-me por trabalhar 35 horas semanais.
Graças a ele, neste momento, trabalho menos 10 a 15 horas por semana.
Só tenho pena dos milhares de horas gratuitas que trabalhei em 13 anos de serviço.
Viva o VL e a promoção da mediocridade.
PS: Não pretendo com este post script zombar da sigla do último amor do VL mas apenas partilhar uma informação de última hora. Sabiam que em Castelo Branco a alcunha do VL é "prostituta"? Esta deve-se a "ir" com o partido que dá mais jeito, já passou pelo PSD, pelo CDS e agora pelo PS.

Humberto Coelho disse...

Uma constatação: na melhor escola pública do país- a escola secundária D Maria, em Coimbra- em 21 docentes, apenas 2 fizeram greve. E olhem que as instalacções são mt velhinhas....
E os Professores não tem tempo para dar aulas?? Mas para dar explicações já tem, quando são pagos por todos nós para fazerem trabalho exclusivo. O que se chama a isso???
E também ouvi dizer que a maioria nem sequer tem 22 horas de aulas por semana. Só os mais novos é que tem esse horário. Os outros... nem isso. é ou não verdade??
Nem sei o que eu dizer mais sobre isso.... mas parece-me mt mal esse estado de coisas.

Anónimo disse...

35 horas de serviço na escola? O prof24 anda a tentar enganar quem?? O "comentarista" tem toda a razão.
Explicações? Mas não era V. Exa. que se queixava para não tinham tempo para preparar as aulas?? Pois... há aí muitos que passão várias horas em explicações. A chular o Estado (ou seja, todos nós) e a não pagar impostos.
O serviço não é exclusivo? Então se eu trabalhar numa empresa, posso também trabalhar numa outra concorrente? Onde é que isso já se viu? É pena que haja pessoas que se julguem acima das leis e do bom senso.
Assim, não vamos mm a lado nenhum.

Goretti disse...

Infelizmente tentar explicar a algumas pessoas aquilo que é inerente ao trabalho de um docente é deitar pérolas a porcos.
Na opinião de um certo grupo de pessoas que não sabe pensar, reflectir, ouvir, pesquisar, grupo esse a que costumo chamar "opinião pública" (regurgitadora de estereotipos), a única função dos docentes é dar aulas e como a componente lectiva é de 22h nada mais está à vista.
Apetecia-me aqui refazer um ditado antigo e exclamar: Longe da vista, longe da razão.
O que fazem então os docentes nas restantes 13h? Na opinião dos regurgitadores: Nada.
O que é então o meu nada semanal? O meu nada é:
-preparar 4 tempos (1 tempo = 45 minutos) de 9º ano
-preparar 4 tempos de 10º ano
-preparar 4 tempos de 11º ano
-preparar 7 tempos de 12º ano (ano de exame)
-corrigir os TPC semanais
-corrigir todos os trabalhos facultativos/de iniciativa dos alunos
-elaborar exercícios/fichas de trabalho que complementem o manual
-preparar uma aula de apoio
-participar em reuniões de conselho de turma, conselhos de docência, departamentos curriculares quando convocada
-delinear estratégias
-manter-me a par das actualizações científicas
-pesquisar
-por iniciativa minha, tirar dúvidas a alunos através do MSN, seja à noite, seja ao fim-de-semana
-...
O meu nada semanal é simplesmente 3/4 de uma maratona que culmina num sprint de componente lectiva.

Anónimo disse...

Infelizmente certas opiniões são apenas construidas pelo receio que o "outro" trabalhe um pouquinho menos, a inveja que o "outro" possa ter uma vida mais agradável fazendo aquilo que gosta. Em suma o receio de que o "outro" seja um pouquinho mais feliz.
Quando ouço tantas reclamações de que os professores são uns privilegiados que não trabalham nada, só me resta fazer o convite: tornem-se profesores e partilhem desta nossa vida boa!!! Até porque não tardará a ser uma profissão deserta! Nessa altura então terão esses criticos boas razões para se queixar: Quem lhes educa os filhos? quem tomará conta deles?

Anónimo disse...

Caso não se tenham dado conta a educação não é um trabalho de curiosos, mas uma função altamente especializada que neste momento o governo se dá ao luxo de desbaratar por tere investido anteriormente na formação macissa de professores. Só que se esquece que esses profissionais altamente qualificados podem ter capacidade de reconversão para outras funções mais consideradas e melhor remuneradas!
É o que ando a fazer!

Anónimo disse...

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