12/09/2005

Novo ano lectivo arranca com docentes desmotivados

«As aulas começam com normalidade técnica, mas com anormalidade emotiva», afirmou à agência Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), João Dias da Silva, referindo-se ao descontentamento dos docentes.

Considerando que «há factores que tornam emocionalmente muito triste o arranque do ano lectivo», o responsável da FNE apontou como exemplos algumas das medidas anunciadas pelo Ministério da Educação (ME), que afectam directamente a carreira dos professores.

«Este é um ano branco na vida dos professores, porque não conta para tempo de serviço e para mudança de escalão, além de lhes ser alterado o regime de aposentação», enumerou o sindicalista.

Também para a Federação Nacional de Professores (Fenprof) está afastado o ambiente conturbado que marcou o início do passado ano lectivo, por causa de erros detectados no concurso de colocação de docentes, mas «há uma desmoralização muito grande por parte dos professores».

«Do ponto de vista da abertura do ano lectivo e da serenidade com que vão começar as aulas, todos contribuímos para isso, já que os sindicatos não perturbaram em nada, mas espera-se uma grande contestação face à atitude prepotente do ministério», afirmou à Lusa Augusto Pascoal, do secretariado nacional da Fenprof.

Na base do descontentamento dos sindicatos estão algumas medidas introduzidas pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues que alteram o Estatuto da Carreira Docente, integradas no plano de contenção de despesas do Executivo socialista para toda a Administração Pública.

O congelamento das progressões automáticas na carreira até ao final de 2006, que pode afectar cerca de 25 mil docentes, o aumento da idade de reforma dos 60 para os 65 anos ou o fim das acumulações de actividades e benefícios horários foram algumas das medidas que mereceram a discordância imediata dos professores.

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